Introvertendo 244 – TOP 10 Piores Episódios do Introvertendo

Todo ano tem TOP 10, e todos eles visam lembrar dos nossos melhores episódios. Mas a história deste podcast também envolve momentos ruins ou episódios que detestamos por qualquer motivo. No terceiro e último episódio comemorativo de 5 anos do Introvertendo, nossa equipe se reuniu para falar um pouco sobre bastidores do programa, experiências de gravação que não deram certo, e até mesmo fazer uma autocrítica do nosso próprio conteúdo. Participam: Carol Cardoso, Luca Nolasco, Michael Ulian, Paulo Alarcón, Thaís Mösken, Tiago Abreu e Willian Chimura. Foto: Davi Abreu. Arte: Vin Lima.

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Transcrição do episódio

Tiago: Um olá pra você que ouve o podcast Introvertendo que é esse programa que traz as melhores e piores memórias. Meu nome é Tiago Abreu, sou jornalista, apresentador deste podcast que discute autismo na vida adulta e que comemorou neste mês de maio 5 anos. Olha aí, depois de dois episódios, um apresentado pelo Luca, outro apresentado pela Thaís, agora sou eu que chego aqui dando as honras para trazer a você o terceiro e último episódio comemorativo dessa marca que é muito difícil de alcançar na podosfera e que a gente está tendo a honra de ter junto com vocês.

E pra comemorar isso em grande estilo, a gente quis trazer um dos nossos tradicionais TOP 10, mas agora de uma forma totalmente diferente. A Carol Cardoso chegou pra mim tempos atrás e disse: “eu queria fazer um TOP 10 de episódios que a gente mais odiou”. Eu adorei a ideia e decidi incorporar então pra nossa parte comemorativa. Então cada integrante aqui vai falar qual foi o seu episódio mais odiado. Mas tem um porém, o Introvertendo é um podcast de 7 integrantes e pra fechar 10 episódios então eu vou citar dois, a Thaís se empolgou e citou três e os demais citaram apenas um episódio. Então sem mais delongas vamos começar com Paulo Alarcon falando qual é o seu episódio mais odiado.

Paulo: Aqui é o Paulo e esse foi o TOP 10 mais difícil de fazer, porque dos episódios que eu gravei não existe nenhum que eu não tenha gostado nenhum pouco. De alguma forma, todos me marcaram positivamente como uma forma bacana de expressar minhas vivências e minhas peculiaridades. Mas se pegar todos os episódios do podcast, eu acho que o que eu menos gostei que é muito difícil falar o que eu detestei, mas realmente menos gostei foi o episódio sobre Copa do Mundo foi o episódio 11, que eu achei que é um assunto que realmente não tem nada a ver comigo realmente não me marcou como como episódio do podcast que eu ouviria novamente.

(Trecho do episódio 11 – Copa do Mundo)

Tiago: Uma coisa que eu queria muito ouvir de colegas de podcast é exatamente isso. Episódios que eles acham ruins, mas que eles não participaram. Porque isso tira um pouco da previsibilidade da coisa. E eu acho que é importante pontuar aqui que se você é ouvinte do Introvertendo mas já participou de algum episódio do podcast e a gente por algum motivo vai citar o seu episódio aqui na lista de piores, não leva pro lado pessoal, tá? Porque aqui cada um vai dar as suas razões e vocês vão entender o porquê um outro está sendo citado.

Mas eu queria fazer só um comentário adicional. Esse episódio da Copa do Mundo foi um episódio feito em cima da hora, na correria, no intervalo de uma aula, de uma disciplina que eu fazia na época. Agora eu não lembro se chamava Educação inclusiva ou Educação especial. E aí eu e a Letícia gravamos assim ao ar livre enquanto estava todo mundo no intervalo, uma barulheira de gente passando. É um episódio que eu tenho boas memórias, mas eu realmente entendo. Ele não está entre as nossas melhores coisas.

A história do Introvertendo também está atravessada pela pandemia. Foi algo bastante desafiador pra gente gravar, pra gente viver. E o episódio que o Luca cita é desse período, vamos lá.

Luca: Olá, eu sou o Luca Nolasco, o episódio que eu menos gosto do podcast Introvertendo, é o 142, Irmãos de Autistas. Bom, falando de maneira hiperbólica assim, dá até pra parecer que eu odeio tudo nele, os participantes do conteúdo e não é assim, né? Era o primeiro semestre da pandemia ainda, completo isolamento social. Minha cabeça estava esfarelada, muitos problemas psicológicos, aí tive que gravar o episódio.

Eu acho que não transparece muito no episódio editado. Mas nossa, naquele dia estava com tanta dor de cabeça, eu estava tão desanimado. O Tiago é um herói por conseguir me fazer participar das coisas com tanto ânimo e me deixar bem disposto para isso. Mas é, não tem outros episódios que eu tenha alguma vergonha como esse, então já que estamos nessa lista de episódios que nós não gostamos este é o meu. Muitíssimo obrigado, viu?

(Trecho do episódio 142 – Irmãos de Autistas)

Tiago: É interessante esse relato do Luca porque eu participei desse episódio e eu realmente não lembro do Luca tão mal assim. O Luca sabe disfarçar muito bem, ele é uma pessoa profundamente gentil e ele sempre faz um esforço para deixar as gravações leves e etc. Mas foi um episódio que eu particularmente gostei. Eu fiquei surpreso com o Luca citando ele porque eu não esperava.

E essa simples pergunta, qual é o pior episódio do Introvertendo, virou uma discussão filosófica do nosso gaivota, o Michael Ulian. Lá vai ele.

Michael: Aqui é o Michael, o Gaivota. Originalmente eu tinha uma ideia bem simples sobre qual era meu pior episódio, meu pior episódio era o episódio que eu menos gostei de gravar. Fazia bastante sentido pra mim. No caso inclusive seria o episódio 53 – A Saga do Diagnóstico, em que estava no meio de dois convidados, eu não sabia interagir muito bem com eles. Foi bem apertado, foi bem difícil de gravar. Eu nem estava conseguindo interagir com os outros e era um episódio de convidados, eu acho que é esperado interagir com os outros nessa situação. Mas repensando a proposta do episódio, o conceito do episódio seria qualquer episódio que a gente achou pior num geral. E à medida que eu fui vendo os episódios, principalmente os episódios que eu gravei, foi aí que bateu pra mim. Se estamos falando em termos qualitativos do que eu acho que foi o pior episódio pra mim.

O pior episódio seria um episódio que foi gravado, não foi um episódio que eu tive dificuldade de gravar. Foi um episódio que eu não gostei de como eu gravei, eu achei que o meu desempenho nele estava muito aquém do tema que a gente estava tratando. Meu pior episódio seria então o episódio 13 – Hans Asperger e o Nazismo. Decorrendo mais um pouco o motivo que eu acho ele pra mim o pior, não foi o episódio ruim, péssimo, terrível no sentido de não foi bem gravado. Foi OK. Eu e o Tiago conseguimos dar um contexto passível sobre o tema, mas assim o impacto do tema dentro da comunidade é algo que pra mim é um tema muito sério e que eu entrei nele sem ter o preparo necessário para falar sobre ele, sendo bastante honesto.

E isso é algo que me incomoda muito até hoje. Tem várias vezes, eu imagino que nenhuma tenha chegado entrar num episódio, mas teve várias vezes em que eu reclamei que o Tiago como que eu me sinto insatisfeito com esse episódio. Então assim creio que ele seria o meu pior episódio. Novamente, não é um episódio horrível. É um episódio até bom de de se ouvir, ele cobre o mínimo. Mas é isso que me incomoda tanto nele. Ali a gente só conseguiu fazer o mínimo aceitável e olha lá. E é isso pessoal, bye bye.

(Trecho do episódio 13 – Hans Asperger e o Nazismo)

Tiago: O Michael pra mim era a pessoa que tinha a opinião mais óbvia sobre qual o episódio né? Ele já tinha citado várias vezes o quão foi difícil pra ele gravar o episódio 53 – A saga do diagnóstico, que é um episódio que fez bastante sucesso na época que saiu, foi um dos episódios mais ouvidos de 2019, mas é um episódio que eu não curto muito, teve vários problemas técnicos, é um episódio que hoje, com a experiência que a gente tem, poderia ser bem melhor.

Mas ele citar Hans Asperger e o Nazismo é um negócio que me surpreendeu. Porque esse episódio foi gravado logo que o Michael foi para o Paraná. A gente tinha um cenário incerto se ele ia conseguir continuar no podcast. Os horários dele não batiam mais com nada. E ele teve que gravar esse episódio enquanto trabalhava no comércio do do avô dele. Então ele estava lá no meio do atendimento gravando e o episódio deu certo. Então eu particularmente acho que foi um episódio muito bom diante do contexto. Mas eu entendo ele.

E eu falei no início do episódio que a Thais se empolgou e citou logo três episódios. E vocês vão entender o porquê.

Thaís: Olá pessoal, meu nome é Thaís Mösken e quando disseram que era pra gente escolher o nosso novo TOP 10, cada um de nós deveria escolher o episódio de que menos gostou ou que mais detestou dependendo aí do nível de quanto você não gostou das coisas, pra mim a primeira que veio em mente foi: “eu odeio fazer essas listas de TOP 10!”. E conversando aqui com o pessoal então, eu tenho três episódios menos preferidos ou mais odiados ou como vocês preferirem chamar. O meu TOP piores episódios então é o TOP 10 2020, o TOP 10 de 2021 e o TOP 10 de 2022, porque fazer essas listas de TOP 10 é uma coisa de que eu não gosto.

Eu acho que cada episódio ou qualquer outra coisa que a gente vá colocar em uma lista desse tipo tem vários aspectos para serem considerados, não é algo que eu consiga dar uma nota única. É diferente de eu ordenar algo que realmente tenha um valor numérico e que eu possa efetivamente calcular qual que vai ser a o ranking de cada um dos elementos, então pra mim incomoda um pouco ter que colocar em uma lista algo de forma tão simplista sem eu poder considerar aspectos diversos de cada um desses itens. É basicamente por causa disso que eu não gosto dos episódios de TOP 10.

Tiago: É muito Thais esse negócio de odiar o TOP 10. Isso sempre foi um negócio sofrido pra ela. Então até em bondade da Thaís esse é o último TOP 10 da história do Introvertendo, a gente não vai mais fazer TOP 10 anuais e coisas do tipo e eu tenho certeza que isso vai ser muito bom pra ela.

Mas já que a Thaís saiu na frente citando três episódios eu já quero contar um dos episódios que eu menos gostei de Introvertendo e aí eu queria ser um pouco palestrinha como eu sou em todo TOP 10 aqui pra vocês. O Introvertendo não é um podcast dividido por temporadas, mas eu particularmente acho que cada ano do Introvertendo é como se fosse uma temporada. Então nesse momento é como se nós estivéssemos na 6ª temporada. Em 2018 a gente estava no começo aprendendo tudo, fazendo as coisas de forma incidental, então acho que quase tudo que nós lançamos naquela época não deve ser levado muito a sério ou ser visto com muito rigor. Em 2019 a gente já estava se decidindo se a gente ia ser só um podcast de autistas ou ser um podcast também de autismo, então tem esse clima de transição.

Em 2020, a Superplayer & Co assumiu a produção do Introvertendo e isso foi um baita desafio para nós porque isso nos forçou a um amadurecimento e a uma seriedade que a gente não estava esperando. E como é de se imaginar, todo amadurecimento rápido e imediato revela coisas boas mas também resultados que são bem mais ou menos, bem pra menos. 2020 foi um ano que pra mim foi muito legal do podcast, mas pra mim alguns dos piores episódios da nossa produção, considerando o nível da época, são de 2020.

E o primeiro que eu queria citar que foi lançado nessa época que eu particularmente detesto é o episódio 103 – Autismo no TikTok. Primeiro porque falar de rede social é um assunto extremamente datado. O episódio saiu há três anos e já soa extremamente velho. Imagina isso, sei lá, em 2030, né? Quando tiver passado 10 anos do lançamento desse episódio. Segundo problema que a gente teve: todos os convidados tiveram problemas com seus dispositivos de gravação. Duas pessoas tiveram problema com celular e outra pessoa não recebeu as nossas orientações, né? A gente deixou de dar orientações, foi culpa nossa. Então todos eles tiveram problemas e todos de alguma forma tentaram contornar a situação, foram super solícitos, superlegais, mas a gente teve esses problemas técnicos, isso acontece em muitos episódios mas nesse foi realmente assim uma coisa sobrenatural, todo mundo teve problema com áudio.

E pra mim o terceiro elemento pelo qual eu não gosto desse episódio. Pra me auxiliar nessa parte da apresentação como co-host, eu tive a Mariana Sousa. Mariana Sousa passou pelo podcast durante um ano e meio mais ou menos. Ela era a namorada do Luca Nolasco e ela entrou no podcast com o objetivo da gente ampliar sobre autismo em mulheres e também ser um apoio pro Luca. Porque o Luca está desde o início brigando com o podcast. O Luca não queria fazer parte do Introvertendo desde o início porque o engajamento dele a longo prazo com as coisas é muito baixo. Inclusive é um milagre o Luca estar no Introvertendo até hoje. Porque ele não permanece nas coisas, então trazer a Mariana foi uma forma também de dar uma uma forcinha.

Mas a Mariana, depois que ela entrou no Introvertendo, eu tive a impressão que o desempenho dela no podcast caiu muito e ela teve apenas um episódio na minha opinião que foi muito legal dessa fase. Não tenho nada contra a Mariana, eu gosto bastante dela, sempre que dá certo a gente se vê quando eu estou em Goiânia, mas eu acho que a Mariana como integrante do Introvertendo foi um casamento que não deu certo. Quando ela era apenas convidada, quando ela não era integrante fixa e não tinha essa pressão, ela tinha um desempenho muito melhor. E aí ela também passou a não ter disponibilidade pro podcast e ela acabou deixando a gente em 2021. Mas pra mim esses são os motivos pelos quais Autismo no TikTok pra mim está entre os piores episódios do Introvertendo.

(Trecho do episódio 103 – Autismo no TikTok)

Tiago: Além da Thais, uma pessoa que eu sei que detesta fazer TOP 10 é Willian Chimura e como a Thaís já tinha citado os TOP 10, ele teve que citar outro episódio que olha… eu acho que esse vai surpreender vocês.

Willian: Olá, Willian Chimura aqui. O meu voto para um dos piores episódios vai para o episódio 238 que é o Elon Musk é autista, e daí?. E o motivo dessa escolha é porque nós como produtores de conteúdo temos que uma hora ou outra seguir as tendências, os assuntos que estão sendo mais comentados. No caso este foi um desses assuntos, eu acho que até por mais tempo do que era relevante de ter sido e claro, isso é parte da rotina natural de qualquer produtor de conteúdo seja um podcast, seja um youtuber ou enfim, comentar sobre esses assuntos que estão quentes.

Mas ao mesmo tempo eu acho que no caso do Elon Musk acabou não suscitando tantas discussões, tantos debates produtivos em relação a ele ser autista. Creio que talvez por se tratar de uma realidade muito distante da maioria da realidade dos autistas e das famílias brasileiras que tem alguém diagnosticado com autismo mas ao mesmo tempo que é um nome relevante suficiente para as pessoas falarem sobre, continuarem criando conteúdo. Então fica mais ou menos nessa zona cinza vamos dizer assim entre algo que é interessante versus algo que não é tão produtivo assim de falar sobre e ainda mais falando por tanto tempo assim que eu acho que esse assunto já havia sido batido. E então eu sendo um dos episódios que apenas seguiu, vamos dizer assim, essa lógica de é um assunto em alta, é interessante de se falar sobre.

Querendo ou não, quando você está na lógica de criação de conteúdo, você tem que estar alerta a esse tipo de coisa. Eu acho que às vezes nós acabamos nos perdendo um pouco nessa lógica e acabamos criando conteúdo que não necessariamente cumpre com os nossos valores, não esteja tão alinhado assim com a nossa missão, enfim os nossos objetivos. Enfim, acho que isso faz parte e certamente esse episódio é um desses episódios que creio que não contribui, não agrega muito as discussões relevantes realmente do autismo aqui no Brasil e por isso o meu voto vai pra ele hoje.

(Trecho do episódio 238 – Elon Musk é autista. E daí?)

Tiago: Acho que o comentário do Willian é super importante também pra olhar pra história do Introvertendo ver que talvez uma das melhores qualidades do podcast foi sempre a capacidade da gente fazer discussões que fossem boas com pautas frias, com pautas que se prosseguem. Foram menos vezes que a gente discutiu assuntos de momento e sempre foi numa tentativa de nadar a maré e não seguir a lógica das redes sociais. Até porque podcast sempre te dá a oportunidade de seguir um estilo, uma forma de fazer muito diferente por exemplo do Instagram, do Twitter, que são coisas instantâneas. Um episódio do Introvertendo de 2019 pode continuar sendo comentado até hoje pelas pessoas. E realmente acho que de todos os episódios deste ano, o Elon Musk, dentro da lógica de todos os anos do Introvertendo se a gente considerar apenas 2023 ele é o que cai dentro desse estereótipo de temas factuais.

E a pessoa que esse episódio é a pessoa que sugeriu essa ideia grandiosa, que é a Carol Cardoso, vai trazer o seu episódio mais detestado.

Carol: Olá pessoal, aqui é a Carol Cardoso e o meu episódio mais odiado do Introvertendo sem dúvida é o 51 – Wikipédia, a Enciclopédia Livre. Além do fato de que tem quase duas horas de duração sem a menor necessidade, eu acho que ele é um dos episódios mais deslocados do volume de episódios que a gente tem no Introvertendo. Ele é basicamente um falatório de um assunto completamente nichado e que pouquíssimas pessoas se interessam. E eu acho que só é bom por um único motivo. Ele mostra quão longe os autistas podem ir quando querem falar dos seus tópicos de interesse sem nem perceber que esses tópicos podem ser extremamente chatos. Mas tem também um motivo especial que me faz odiar esse episódio com todas as minhas forças, é que eu fui a pessoa responsável por transcrever pro site e foi de longe a transcrição mais maçante que eu já tive que fazer, mesmo com o auxílio de inteligência artificial. E toda vez eu achava que ia acabar, o Tiago vinha com alguma informação muito interessante que me revirava de raiva. E sem falar que era cheio de termos específicos que eu precisava ficar procurando no Google como escrevia. E tem outra questão também que é o fato de que eu também tive que transcrever o episódio 58 – Adolescência, e que tem uma parte que os integrantes falam sobre a Wikipédia. Então tem várias informações repetidas. Então é isso. Wikipédia é um episódio que se desaparecesse do catálogo do Introvertendo não ia fazer a menor diferença.

(Trecho do episódio 51 – Wikipédia, a Enciclopédia Livre)

Tiago: Eu gosto da Carol que ela, como proprietária da ideia, ela consegue realmente sustentar essa ideia do ódio. A Carol foi uma pessoa muito parceira no processo de transcrição dos episódios do Introvertendo os episódios antigos, ela e o Michael tiveram uma participação muito grande, eu faço a maior parte das transcrições do Introvertendo, mas nos episódios antigos os dois tiveram um papel muito importante e sofreram pra caramba, viu?

Então pessoal, pra fechar o décimo episódio, falta eu falar, né? Então completando, eu já tinha contado aqui pra vocês que 2020 foi um ano desafiador, com esse amadurecimento do Introvertendo, o quanto que a nossa produção ficou mais corrida, também veio a pandemia, então a pandemia me forçou a prestar mais atenção no trabalho, no próprio podcast, de afundar a minha cabeça nisso até pra esquecer dos problemas do mundo e a gente produziu muito muito muito. 2021 e 2022, em termos de conteúdo, pra mim são anos melhores do Introvertendo. Mas 2020 tem os seus grandes momentos.

Mas tem um episódio que se você me perguntasse se tem um episódio do Introvertendo que se pudesse voltar no tempo eu não deixaria esse episódio existir ou ir pro ar é esse episódio. Então esse pra mim é o pior mesmo de todos do Introvertendo. Que é o episódio 105 – Alienação Parental e Abandono Afetivo. Antes disso, não é pela apresentação da Yara, eu acho que a apresentação da Yara é impecável, a Yara apresentou se não me falha a memória dois ou três episódios do Introvertendo e ela foi uma excelente apresentadora, aliás um abraço Yara, saudades de você. E a Geuvana, que é a convidada do episódio, é uma pessoa que eu gosto muito, conheci ela no Rio de Janeiro.

Mas muitas vezes uma boa formação não salva um episódio que tem um tema ruim. Então pra mim o grande problema desse episódio que pra mim ele não deveria existir é que a temática da alienação parental é um tema muito polêmico, profundamente controverso, existe toda uma discussão até relacionada a misoginia em relação a isso e eu não acho que deveria ser um episódio que deveria existir. Por mais que se tente ali uma discussão um pouco mais profunda, não faz parte do escopo do Introvertendo enquanto podcast de autismo, não faria parte também do escopo do Introvertendo enquanto podcast de autistas. É uma discussão que fica deslocada. Foi um episódio que foi pro mês das mulheres. É um episódio que foi editado pela produção da Superplayer & Co e pra não desperdiçar esse episódio que já tinha sido editado, mas que eu não tinha curtido tanto, eu decidi lançar pra não desperdiçar e o tempo que a Yara que trabalhou também no episódio.

Mas é um episódio que, ao ser lançado não me deu orgulho. Pouco tempo depois a gente recebeu comentários negativos de mulheres sobre o episódio. E se eu pudesse voltar no tempo, não lançaria o episódio, não lançaria esse. A gente mantém no ar por um fator histórico até porque o episódio já é bem antigo, mas se alguém me perguntasse, esse episódio pra mim não deveria ter sido lançado.

(Trecho do episódio 105 – Alienação Parental e Abandono Afetivo)

Tiago: E aí, você concorda ou discorda da nossa lista? Não teve nenhum episódio de 2021, nenhum episódio de 2022 e um monte de 2018 e é isso, é parte dos ciclos da vida. Uma coisa que me deixa muito feliz analisando isso é o fato de termos amadurecido ao longo desse tempo e ter a capacidade também de fazer críticas ao nosso próprio trabalho. Queria agradecer a vocês por terem acompanhado o Introvertendo durante esses cinco anos, de ouvirem episódios ultraespecíficos e muitas vezes inclusive o mês inteiro só de episódios especiais, considerando que os dois últimos meses a gente estava trazendo episódios sobre temas super relevantes. Mas não achem que a gente vai ficar nesse ciclo de comemorações daqui pra frente viu? Em junho a gente já volta a lançar um episódio novo.

Agradeço a participação de vocês, fala em nossas redes sociais qual é o episódio do podcast que você detesta, o episódio que: “eu ouvi e não curti tanto”, faça o seu comentário sincero, ninguém vai te julgar, ninguém vai te odiar. Esse é o momento de vocês comentarem e falar. Mas fiquem tranquilos, a gente não leva pro lado pessoal, então pode falar, fica à vontade, beleza? O Introvertendo volta em breve pra vocês. Um abraço pra você e até mais.

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Equipe Introvertendo Escrito por: