Sons, estímulos visuais, temperatura, clima… Os cinco sentidos, para autistas em geral, podem estar mais aguçados e, neste sentido, serem vetores de sofrimento. Neste episódio, discutimos quais são as nossas sensibilidades, como interagimos com nosso ambiente e pensamos em possíveis soluções para algo presente em praticamente todas as pessoas do espectro.
Participam desse episódio Marcos Carnielo Neto e Tiago Abreu.
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Transcrição do episódio
Tiago: Olá pra você que escuta o podcast Introvertendo, um podcast feito para neurodiversos neurotípicos e pessoas que não tem menor sensibilidade também e quem tem muita sensibilidade. E hoje nós vamos falar sobre sensibilidade sensorial, um tema muito presente com relação às pessoas dentro do espectro, sejam as mais leves, ou as mais severas. Meu nome é Thiago Abreu e eu não tenho muitos problemas com sensibilidade sensorial.
Marcos: Oi, eu sou o Marcos e eu tenho vários problemas sensoriais.
Bloco geral de discussão
Marcos: O tópico de hoje é sobre sensibilidade sensorial, que é eu acho que é um problema que afeta todo mundo do espectro autista de uma forma ou de outra com vários níveis de severidade e foi uma coisa que eu percebi mesmo bem depois que eu já sabia que eu tinha Asperger, que eu percebi que tinha algumas sensibilidades minhas que não eram normais para outras pessoas. Como pra mim sempre eu tive elas, desde pequeno, eu não pensava delas como sendo uma anomalia, então eu sempre considerei elas como sendo parte normal, só uma variação de personalidade, mas aí depois que o Tiago começou a ficar tocando, ele falou: “não, olha, isso daí é sensibilidade social por causa do Asperger”, aí eu comecei a pensar e eu cheguei a conclusão que realmente é a questão do autismo mesmo, por exemplo, minha sensibilidade sonora, barulhos altos, não só me incomodam mas também machucam meus ouvidos. Eu acho que isso é uma coisa muito comum em todos os autistas, não importa de qual nível de severidade, mas a questão do ouvido, da parte física mesmo, ser mais sensível a ruídos altos, é bem estressante porque. Isso é problemático porque eu acho que a maioria dos autistas odeiam festas por causa disso, por causa do barulho alto e isso realmente é um problema, porque o barulho alto machuca os ouvidos. Eu acho que quem tem uma forma de autismo mais severo acaba sofrendo mais com isso. Eu acho que quanto mais severo o autismo, geralmente, mais intenso é o desconforto auditivo.
Tiago: Uma coisa interessante que você falou é a respeito da severidade do autismo e eu acho que isso também tem muito a ver com relação a forma de manifestação dessa sensibilidade ao comportamento da pessoa. Então, muitas vezes o autista mais severo, ele grita, ele se movimenta, ele mostra um desespero muito mais claro e muito menos verbalizado do que nós, porque eles não são tão verbais. E isso acaba assustando os pais, isso acaba fazendo com que as pessoas externamente olhem a criança como birrenta, como agressiva e às vezes não é exatamente isso, é o ambiente que tá causando estresse ao sujeito.
Marcos: Sim, eu acho que inclusive esse assunto é discutido no filme da Temple Grandin que ela fala que o problema é que as pessoas têm a tendência de não entender o autista, o porquê do comportamento deles. Eu também tenho problemas de comportamento e isso é uma coisa, mas como um aspie, eu trabalho conheço ao longo do tempo para melhorar a minha resposta aos estímulos externos que me incomodam. Mas às vezes ainda é difícil controlar, isso é algo que você tem que sempre tá controlando. No meu caso, eu acho que o mais difícil de controlar mesmo é a questão de sensibilidade de temperatura, acho que todo mundo que me conhece já sabe muito bem, porque eu não faço questão mais de esconder. Ultimamente eu tô trabalhando com isso pra não me incomodar mais tanto com a temperatura, mas a temperatura é a questão sensorial que mais me incomoda. E morar num país tropical é meio que uma maldição nesse quesito. Porque aqui eu me incomodo muito com a temperatura, com temperaturas mais altas, isso é um problema sério e às vezes é difícil controlar o jeito que eu respondo com o meu desconforto.
Tiago: Uma coisa engraçada nesse sentido é a forma como eu conheci o Marcos. Primeiro, eu soube da existência do Marcos por causa do núcleo de acessibilidade da universidade. Tinha o contato dele, tinha um email. Eu, se não me engano, eu cheguei a mandar um email, a gente não se viu pessoalmente, mas aí eu via o Marcos pela universidade sem falar com ele pessoalmente e ele tava sempre com o fone de ouvido, visivelmente transtornado por entrar em ambientes barulhentos, como o RU e tudo mais.
Marcos: Meu transtorno não era por causa do barulho, eu tava de fone de ouvido porque música também é um vício meu, eu acho que a maioria dos aspies tem esse vício musical, então é por isso que eu sempre ficava com fone de ouvido e também a questão de que eu não queria interagir com as pessoas aqui. A diferença de assuntos de interesses era muito grande naquela época. Eu não queria fazer questão de quebrar essa barreira com as outras pessoas. Eu não estava interessado nem um pouco. E o que me deixava mais estressado naquela época era o calor. Em todo lugar. E eu ficava com ódio interno, eu manifestava isso visivelmente porque eu fazia a questão de manifestar, porque a maioria das pessoas aqui não se incomoda nenhum pouco com algo que eu acho que é extremamente irritante, que é a questão da temperatura. Mesmo com ar-condicionado, eu vi o pessoal ligando e vinha reclamando de frio, mesmo tendo um calor infernal e isso me estressava muito. Isso ainda me estressa um pouco, mas ultimamente eu tenho amadurecido, eu tô me esforçando mais para me adaptar a mais uns ambientes, até porque a gente mora num lugar tropical. Na verdade, eu percebi que o meu corpo é só ligeiramente mal adaptado ao calor. O problema mesmo é sensorial, é psicológico e não algo físico igual a questão do ouvido, dos barulhos altos, é a questão mais neurológica mesmo.
Tiago: É engraçado que além do Marcos sempre andar com fones de ouvido, a primeira vez que eu conversei com ele e propus que nós fôssemos ao Saudavelmente, isso se não me engano ainda, em 2016, ele estava debaixo de uma árvore no ponto de ônibus. E ele morrendo de desespero por causa do calor e ele foi me relatando sobre a questão do calor dentro do ônibus em pé, em todos os pontos e aí aconteceu de que no meio desse caminho eu lembro que o Marcos fez observações sobre alguns prédios ali na na região do bairro do Negrão de Lima, dele falando que uma vez quando ele passou perto daqueles prédios ele ficou extremamente triste e aquilo fez o mal a ele de uma forma absurda. E aí ele me perguntou se a arquitetura da cidade me fazia mal. E eu não, eu achei que assim, a maioria dos aspies também não, mas ele tem um um apelo aos detalhes com relação ao aspecto visual muito característico que também demonstra uma sensibilidade.
Marcos: Ah, sim, a minha percepção de detalhes e estética eu acho que é bem mais aguçada do que a da maioria das pessoas. Está bem além mesmo. O que é bom, porque na arte eu consigo ter uma noção muito boa de estética. Mas é ruim também, porque naquela época eu me importava muito com os aspectos arquitetônicos do local, eu achava Goiânia horrorosa na maior parte e realmente isso me fazia mal, porque a estética da cidade é medonha, é mal feita e o pessoal daqui tem muito mal gosto. Então, até a questão da falta de educação, a falta de instrução das pessoas acaba fazendo com que elas tenham e continue espalhando uma estética horrível por todo lugar. Eu acho que isso é uma questão de todo país e não só do Brasil. Então, acabei aceitando esse fato e, hoje em dia, isso não me incomoda mais tanto quanto antes. Mas, teve uma época que a arquitetura horrível daqui me fazia passar mal. Uma cidade igual São Paulo me faria querer me suicidar porque uma estética horrível daquelas seria insuportável pra mim uns anos atrás. Hoje em dia eu já trabalhei nesse aspecto, então eu tô com uma aceitação melhor, eu passo a focar mais nos detalhes que gosto. Estética geralmente natural, tipo, a natureza no Brasil é muito rica, o céu é bonito, então eu tento focar mais no que é esteticamente agradável pra mim, ao invés do que é desagradável. Hoje em dia não é mais tão ruim assim.
Tiago: Em resumo, você anda totalmente motivacional.
Marcos: Eu virei budista agora, praticamente. Não a religião, mas eu sigo agora a maior parte da filosofia oriental de lidar com a mente, então dessa vez eu estou bem mais relaxado. E tem a questão dos remédios também. A sertralina pra mim teve efeito maravilhoso, né? Porque ela aumentou o meu poder cognitivo, e também controlou as minhas variações de humor. Então, eu consigo me sentir melhor agora. Eu acho que a questão do remédio e da mudança de filosofia de vida tiveram muito a ver com isso.
Tiago: Acho engraçado que em dezembro de 2016, quando nós fomos fazer aquele passeio de parque. Porque é o seguinte pessoal, vamos fazer uma contextualização aqui. Há alguns meses que nós fazíamos terapias no Saudavelmente, o pessoal que mais conversava era eu, Marcos, Otávio e Michael. Nós somos uma espécie de cânone, a formação clássica, digamos assim, que depois, junto com outras pessoas, somos o Introvertendo. E nós marcamos de ir num parque estadual que fica aqui na saída de Goiânia, só que não deu certo, porque o carro que eu tava dirigindo tava com um problema, e nós resolvemos ir pra um lugar mais modesto, que era o Parque Flamboyant, ficava perto da universidade. Só que o Michael nesse dia ficou acordado até mais tarde, acabou dormindo e não foi com a gente. Então, foi eu, Marcos e Otávio. Nós andamos pelo parque, eu lembro que o Marcos ficou observando os prédios em volta, principalmente o uso de vidro, falando que o mau gosto era menor ali e ele tava também muito mais relaxado, então ele falou da medicação, mas um avanço que nós tivemos nesses últimos 2 anos também, diz muito respeito à terapia. A terapia tanto a questão da discussão entre nós e quanto de quanto as terapias individuais, elas ajudaram a nos entender e também desenvolver as potencialidades, né?
Marcos: Ah, não, eu vou ter que discordar disso aí agora, porque no meu caso mesmo foi a minha mudança de filosofia, foi porque eu tive uma crise horrível de depressão, mas aí eu cheguei no fundo do poço e o meu poder cognitivo também tinha caído. Aquela época eu ainda estava ruim, eu tava começando, inclusive a minha pior fase da pessoa, eu tava no meio, na verdade, dela. A minha saúde mental depende muito da estação do ano, porque por causa exatamente da questão estética, o verão aqui em Goiânia é muito bonito e muito verde, é muito cheio de vida. O céu é mais bonito, tem menos poluição também por causa das chuvas. E tem menos sol também, apesar de quente a noite, tem menos sol durante o dia, por causa da maior quantidade de nuvens. E isso afeta a minha saúde mental bastante. No inverno, tudo pra mim fica horrível: o tempo, as folhas morrem, o céu fica muito mais poluído e o ar mesmo fica mais difícil de respirar, então toda essa questão sensorial e também a maior quantidade de luz, porque tem muito sol no inverno aqui. Então é é sazonal, a minha saúde mental, inclusive eu tô me controlando agora pra não ter outro colapso, porque a gente começou o inverno e apesar que esse inverno estar mais visualmente agradável, porque tá bem menos poluído, muito menos poluído, o céu tá azul, tá quase igual o de verão. Mas o calor está acima da média. Esse ano está sendo bem mais quente que o normal.
Tiago: Uma particularidade sobre Goiânia, porque eu estive em Campo Grande já umas duas semanas e lá tava fazendo uma temperatura mais baixa de verdade, teve noites que estava fazendo 9 graus às 7h da manhã. O clima estava bem legal. Era engraçado que o pessoal de Goiânia, que reclama tanto do calor, chegou lá em Campo Grande, pessoal tava com blusa de frio, reclamando que tava frio demais. Tinha uma mulher lá que era de Farroupilha, no Rio Grande do Sul, e ela chegou e disse que o clima estava ótimo, porque lá na Serra Gaúcha faz dois graus, um grau. Então, tá, tá tranquilo. Ela tava sem blusa e tal.
Marcos: Pelo que o dá pra perceber, esse ano vai bater todos os recordes de calor inteiro. Então eu culpo isso ao aquecimento global mesmo. Eu lembro que 2014 foi um ano horrível pra poluição e teve fumaça todo dia, isso afeta a minha saúde mental, porque a minha percepção de detalhes e as estéticas é diretamente relacionado ao visual, então se começa ficar caótico demais isso começa afetar a minha saúde mental também. É isso agora é o que eu estou tentando controlar e focar mais em criar arte e ficar mais dentro de casa e não me importar tanto com o clima do lado de fora. Até porque vai voltar em novembro, então eu sei que vai melhorar essa parte ruim.
Tiago: Eu também tenho um certo problema com o calor. Eu sempre achei que foi pelo fato de ter nascido num lugar tecnicamente mais frio do que Goiânia. Nasci em São Paulo, vivi minha infância em BH. BH não é é frio mas já é um clima mais úmido e o clima seco de Goiânia sempre me fez muito mal, assim, tipo, na época do ensino fundamental, por exemplo, meu nariz sangrava pra caramba. Eu estive bem perto de ter uma anemia na época da infância, sendo que eu já tinha tido uma quando eu era bem pequeno. Então, o clima de Goiânia sempre foi fator de bastante complicação pra mim, principalmente por causa da ansiedade, porque ela junta com o suor e vem a questão do desconforto. Ah, e na verdade, na família da minha mãe, no geral, tem alguns casos de pessoas que suavam muito. E além disso, o que me salvou aqui em Goiânia foi uma coisa chamada ar condicionado, porque ele não resolveu os problemas, mas ele pelo menos amenizou. O clima continuou seco como uma droga, mas eu pelo menos não precisei ficar mais enfrentando 30 graus o tempo inteiro, né? Na época do frio aqui em na época do calor aqui em Goiânia, que é em setembro e agosto, agosto, ainda fica menos pior no início, mas vai piorando com com o passar do tempo, a temperatura, às vezes, chega a 35, 37, 9 horas da noite e ainda tá sentindo aquele calor absurdo sob você e o que não se observa, às vezes, em outras capitais, né, que são, pelo menos, tidas como mais frias.
Marcos: É sim, eu acho que questão climática aqui de Goiânia e Brasília, essas duas cidades, essa área aqui do Planalto Central a parte mais difícil das pessoas que vem de fora é adaptar o clima seco daqui, porque o calor o Brasil inteiro é um país tropical, eu acho que Curitiba é a única cidade que não faz calor o ano todo, então eu acho que a questão de temperatura não é muito diferente das outras capitais, mas a questão de umidade, Goiânia é muito mais seca do que a maioria das capitais. Então, eu acho que isso é um problema. Pra quem vem de fora e até pra quem mora aqui. É por isso que vem a frase de que goiano tem pé rachado (risos). Essa época do ano é horrível pra pele.
Tiago: Um dos aspectos mais cruciais com relação a sensibilidade sensorial é relativa às pessoas.
Marcos: A questão de sensibilidade essa afeta todo mundo que tá no espectro autista, eu acho que exceções, especialmente a pessoas, a grupos de pessoas. Eu acho que quem tem um autismo mais leve, especialmente quem tem lida melhor com grupos pequenos de pessoas, inclusive geralmente não gera ansiedade quando tem uma, duas pessoas, principalmente, se forem pessoas conhecidas, familiares. Agora, eu acho que todo autista, inclusive, tem sensibilidade a grupos de desconhecidos e eu acho que isso gera ansiedade em todo mundo. Eu acho que não tem nenhum no nosso grupo que não tenha fobia social. Às vezes eu consigo controlar melhor, o Otávio também às vezes consegue controlar melhor. Agora o Michael já tem uma sensibilidade social maior. A severidade com que a gente sente ansiedade em relação a pessoas varia de pessoa a pessoa, mas eu acho que isso é uma constante em todo mundo no aspecto autista, especialmente na infância e a gente vai aprendendo construir nossas habilidades sociais com o tempo. Então, essa questão da ansiedade social vai melhorando com o tempo a sensibilidade a pessoas estranhas. Mas ainda assim acho que é o nosso maior problema, é a maior dificuldade que a gente enfrenta no dia a dia é a social. Eu acho que isso continua a vida inteira e a gente só vai melhorando como a gente lida com isso. Mas eu acho que a dificuldade social continua pro resto da vida.
Tiago: Se você encontrasse uma pessoa aspie que estivesse ouvindo a gente, quais são as principais dicas que você daria pra que essa pessoa, pelo menos, tentasse contornar esses sintomas?
Marcos: É importante um acompanhamento profissional, se não for uma terapia com psicólogo, que seja com psiquiatra, porque eu acho a maioria das pessoas com autismo vão desenvolver algum transtorno mental que deve ser tratado de depressão, ansiedade, fobia social ou isso tudo é uma coisa que é muito comum na nossa comunidade e eu acho que praticamente todos nós vamos vamos expressar algum tipo de transtorno em algum ponto da vida, porque eu acho que o gene que causa o autismo também deixa a gente mais propício a desenvolver transtornos. Porque a sociedade, no geral, é constituída por pessoas que são muito diferentes da gente, eu acho que isso causa um estresse no autista e é o que que leva a gerar os transtornos mentais e também a questão genética. Então, acho que um acompanhamento profissional é importante, porque caso a pessoa venha a desenvolver um transtorno mental ou mesmo que não venha a desenvolver completamente, mas comece a demonstrar sintomas, que ela procure eh ajuda profissional, porque às vezes medicação ajuda muito, no meu caso o medicamento foi o que mais me ajudou, porque ele meio que deu a base para eu construir e sempre tentar se esforçar ao máximo pra melhorar como pessoa, não só por ser Asperger, mas eu acho que é algo que todo mundo devia fazer, né? Que é tentar melhorar e se adaptar mais ao ambiente, se esforça para se adaptar melhor. Então você tem que construir uma atitude mental positiva. Tentar trabalhar com a sua adaptação e perceber que você não é inferior a ninguém só por ser parte do espectro. Você tem que reconhecer as suas potencialidades, seus pontos positivos e trabalhar nos pontos negativos, assim como as outras pessoas para se adaptar na sociedade, porque tudo depende de adaptação. É parte da natureza se adaptar, então querer se adaptar e querer melhorar é importante. E se precisar, acompanhamento profissional, porque muitas vezes medicação ajuda muito. É essencial também.