Simon Baron-Cohen é um dos pesquisadores mais notáveis da comunidade do autismo dos últimos 30 anos, notório por conceitos populares e polêmicos, bem como a sua presença significativa nos meios de comunicação. No episódio final da série de figuras históricas do autismo, sua vida e obra, ainda em construção, são narradas por Luca Nolasco. Arte: Vin Lima.
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Transcrição do episódio
A linha do tempo do autismo é formada por gente que já se foi e por pessoas que estão, neste momento, escrevendo seu lugar na história, com todas as suas virtudes e defeitos. No episódio final da nossa série de figuras históricas do autismo, contamos a vida e obra de Simon Baron-Cohen.
Simon Baron-Cohen nasceu em 1958 em Londres, numa família de origem judia e com uma certa estabilidade econômica. Ele ingressou nos estudos em ciências humanas e foi migrando aos poucos para psicologia. Assim como Tony Attwood, Baron-Cohen fez seu doutorado com a orientação de ninguém mais ninguém menos que Uta Frith.
Desde que trabalhou em sua tese na década de 1980, ele se tornou um ícone das pesquisas em autismo no mundo. E tudo se desenvolveu com estudos em muitas áreas. A obra de Simon bebe da neurologia, da genética, da psicologia cognitiva e alcançou grande popularidade, mas também críticas.
Ele é uma das pessoas mais conhecidas por trás da relação de que autistas têm dificuldade com o que chamamos de “teoria da mente” e chegou a chamar esta barreira como uma espécie de “cegueira mental”. O tema é até hoje discutido de forma significativa na comunidade do autismo, e, claro, não é completamente consensual.
Durante a década de 1990, ele começou a trabalhar em outra de suas ideias mais famosas e, provavelmente, a mais polêmica: a teoria da empatia – sistematização, que indica bases psicológicas para justificar a maior presença de autismo em homens do que em mulheres, o que seria também popularizado com a ideia de o autismo estar relacionado a um cérebro “masculino”.
A teoria da empatia – sistematização recebeu várias críticas de profissionais da psicologia, sobretudo mulheres, uma cobertura significativa da imprensa e, claro, também de autistas ativistas. Durante a década de 2010, em que começou a se discutir com maior frequência o autismo em mulheres, o tema seguiu quente nas discussões sobre autismo.
Por outro lado, Simon Baron-Cohen continuou suas pesquisas. Ele participou de vários periódicos respeitáveis de autismo, como a Molecular Autism, prestou serviço para associações como a National Autistic Society e hoje em dia é professor na Universidade de Cambridge.
Em 2020, Simon foi um dos autores de um importante artigo sobre autismo e identidade de gênero. Segundo os resultados da pesquisa, traços autistas estão mais presentes na população trans em comparação a autistas cis, bem como outros diagnósticos como TDAH e esquizofrenia.
Ele foi casado durante quase três décadas com a advogada Bridget Lindley, que morreu de câncer de mama em 2016. Juntos, eles tiveram três filhos. Simon tem vários parentes no campo das artes. Um deles é o ator Sacha Baron Cohen, seu primo.
A série de figuras históricas do autismo é um conteúdo narrativo do podcast Introvertendo. A locução é de Luca Nolasco. O texto e a edição são de Tiago Abreu. O Introvertendo é uma produção da Superplayer & Co.