Um dos temas mais pedidos pelas pessoas e um dos mais negligenciados pela comunidade científica, a sexualidade dos aspies é um imenso tabu principalmente pelos pais. Neste episódio introdutório de uma nova série aqui no Introvertendo, abordamos nossa visão do que é sexualidade e sexo, as orientações sexuais de forma básica, a relação da família com a educação sexual e situações de perigo que envolvem sexualidade. Um episódio sério, em parte pesado, mas informativo.
Participam desse episódio Guilherme Pires, Letícia Lyns, Luca Nolasco, Otavio Crosara e Tiago Abreu.
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Multimídia e conteúdos citados no episódio
Transcrição do episódio
Tiago: Um olá pra você que escuta o podcast introvertendo e que pede para gente constantemente o tema sexualidade. Porque muita gente pede. E hoje nós vamos falar sobre esse âmbito da vida humana. Tão importante e tão negligenciado nossas vidas. Meu nome é Tiago Abreu e eu não sou assexual.
Otávio: Meu nome é Otávio e como já dizia a música dos Velhas Virgens. Tudo que faço é para comer alguém.
Luca: Todo dia o Otávio citando Velhas Virgens. Meu nome é Luca e eu não estaria vivo se não fosse o sexo.
Otávio: Profundo.
Guilherme: Meu nome é Guilherme, E cara sexo é bom demais!
Letícia: Meu nome é Letícia Lins e…
Leticia e Otávio: “A piroca! Na maciota! Chupar piroca é uma coisa linda! Meter a lingua!
Letícia: O que? Na cabecinha!
Leticia e Otávio: Só não gosta quem não fez ainda!
Guilherme: Eu não fiz, então.. Eu não gosto.
Otávio: Você não sabe o que está perdendo.
Letícia: Você não fez ainda, querido?
Bloco geral de discussão
Luca: Sexo é superestimado, hein galera.
Tiago: Mas sexualidade não se resume a sexo, né?
Letícia: É, exatamente.
Otávio: Não!? Estamos desconstruindo todos os preconceitos da minha vida!
Luca: Vamos começar definindo o que é sexualidade para cada um de nós então.
Otávio: É verdade, porque que nem eu sei.
Tiago: E isso aí me revela uma uma um problema sério meu, de bibliografia. Porque eu não li o suficiente sobre sexualidade. Mas para mim, sexualidade é um conjunto de questões psicológicas, físicas e sociais. Do organismo que define a nossa expressão sexual na sociedade como um todo.
Otávio: Exato. Otávio. E Lucas falou que eu repito muitas músicas do Velha Virgens. Só que tem uma outra frase que o Tiago agora está revirando os olhos já porque ele sabe qual frase eu vou falar. A frase do grande Oscar Wilde, “tudo na vida se trata do sexo, menos o sexo, sexo se trata de poder”.
Leticia: Porque poder?
Otávio: Eu nunca consegui explicar cem por cento essa frase.
Tiago: A relação sexual em si, envolve também um aspecto de afirmação. Você afirma algo durante a relação sexual que muitas vezes você não é consciente. Da questão da sua própria dominação, do conflito que você tem na cama com outra pessoa, daquilo que você deseja e aquilo que acontece na prática. Então acho que são esses vários elementos.
Otávio: No curto e grosso é o famoso “quem tá em cima”.
Tiago: Mas falando sinceramente sobre sexu eu acho uma questão bem complicada assim na questão do asperger. De que existe um tabu muito forte né,eu percebo assim. A literatura sobre asperger já é ruim, mas quando é sobre sexualidade.
Otávio: De asperger.
Tiago: É pior ainda. Parece que existe uma noção geral, um estereótipo que os aspergers são assexuais. E na verdade não é.
Guilherme: Eles não transam, viu gente? Pra quem não sabe o sentido da palavra. Definição de sexualidade. Bom, pra mim é muito mais do que um ato apenas de corpo. É uma troca de almas, praticamente.
Otávio: De fluidos.
Guilherme: Trocando energias, né? De diversas formas. É algo que como o meu amigo Tiago abriu aqui e falou. É autoafirmação. Você está afirmando que você escolheu aquela pessoa pra você estar entregando muito mais do que apenas um contato físico intenso e avassalador.
Otávio: É um tipo de contrato social.
Leticia: Eu acho que a intenção de discutir esse tema aqui não é só falar sobre sexo, né? Eu acho que tem eh relacionado também a orientação sexual, essas coisas assim, eu acredito. Então assim, eh puxando o gancho do Tiago falou, eu concordo com ele disse pra mim eu acho que é é um conjunto de de coisas é físico é psicológico e é social. Então eu acho que é uma mistura de tudo isso. Puxando um pouco e já falando já sobre mim. Por exemplo, eu já fiquei com meninas. Já tive vontade de beijar meninas mas eu nunca tive atração sexual por meninas de querer transar com elas e tal. Ao contrário de homem que eu gosto de uma piroca que eu vou te falar. Mas meninas, eu só tive vontade de te beijar mesmo. Uma vez por curiosidade depois que me deu vontade. Menina beija bem pra caralho, até melhor do que homem eu posso falar porque eu já fiquei com meninas e vocês não ficaram com… Não! Espera, opa!
Otávio: Eu não sei.
Letícia: Eu nunca nunca me apaixonei por meninas só me apaixonei por meninos e só tive atração sexual por meninos mas já beijei meninas e não me importo de beijar meninas eh então assim já senti vontade. Então eu acho que essa questão da sexualidade é uma coisa muito ampla. Agora na questão do sexo mesmo em si. É que nem o Gui que falou, é uma troca de energia, tem que ter companheirismo, eu não gosto dessa coisa de só um dominando, para mim se o cara mostra preguiça e deixa só eu fazer a coisa, me brocha. Então para mim tem que ter companheirismo, essa troca de energia, uma confiança. Tem que ter respeito acima de tudo.
Otávio: E tem que ter pegada.
Leticia: Tem que ter pegada, lógico. E eu acho uma coisa muito importante que sempre gosto de fazer, é conversar com a pessoa antes do que você gosta, do que você não gosta, do que do que te incomoda, do que não incomoda e tal. Para na hora ser ainda melhor. Gosto de ser surpreendida? Gosto, desde que respeite os meus limites. Então eu deixo bem claro o que eu não gosto para, né? Não ser surpreendida no modo negativo da coisa. Mas é isso assim.
Tiago: Uma questão que o Luca falou um pouco antes. Umas horas atrás. É que ele percebe que a questão da sexualidade, ser um tabu dentro do asperger. Se dá principalmente a partir dessa noção que muita gente tem, estereotipada. De que o asperger é assexual. Vem muito da dificuldade de interação social, da dificuldade do flerte. E de alcançar esse ponto, né? Da relação. Enquanto na realidade, pelo que vi pela literatura médica que existe atualmente. A proporção de orientações sexuais, elas são semelhantes à população em geral. E na verdade, eu encontro entre as pessoas que eu conheço, aspergers. Uma preponderância muito grande de pessoas bissexuais.
Letícia: Eu também conheço mais bi do que hetero.
Luca: Também tem que ver a faixa etária em que você olha.
Tiago: Sim, mas estou falando incluindo grupos de internet. Que tem grande quantidade de pessoas que se identificam assim.
Luca: Eu acho engraçado que a definição de vocês de sexualidade foi muito abrangente, enquanto que a minha é algo bem simples. É o que te desperta desejo e é isso.
Tiago: A sua visão é num sentido individual. Enquanto, por exemplo, a minha foi num sentido mais teórico.
Luca: Não no sentido de que “eu vi a pessoa, eu quero imediatamente transar”. Mas é o que te desperta desejo e vontades.
Letícia: É o que te atrai né?
Luca: Sim, vontades mesmo, fetiches, qualquer coisa assim.
Tiago: E que muitas vezes não precisa ser padronizado.
Leticia: É e tem gente que sente tesão em pé. Não consigo entender essas pessoas, mas tudo bem.
Tiago: O Luca tem muitas histórias, né? Terapia do amor, episódio 2.
Luca: Eu acho que dá para entender algo muito errado nessa frase.
Tiago: Brincadeira, o Luca tem pesos horrorosos. Então ele não é experiente em relação a isso.
Otávio: A minha visão sobre sexualidade é muito simplificada, a minha. Porque eu sempre não sei se por sorte ou por azar ou por nenhum dos dois. A minha sexualidade sempre foi muito convencional. Eu sempre fui exclusivamente heterossexual. Mas eu eu gosto de brincar que eu queria ser bissexual. Primeiro porque sendo bi, o montante populacional de pessoas que eu me atrairia, aumentaria.
Tiago: E a quantidade de decepções também.
Otávio: Sim.
Luca: Rejeições também.
Otávio: Não, pois não ia aumentar o número de tentativas. Entendeu?
Tiago: E também tem a tendência a gostar mais de um gênero do que de outro né. Vamos lembrar da escala de Kinsey. Você tem ali um lado que é o totalmente heterossexual e o outro lado que está totalmente homossexual.
Otávio: O espectro.
Tiago: E já vi teóricos ou pessoas falarem que, por exemplo, a chance de a maioria das pessoas tarem na ponta desses espectros, tanto do lado cem por cento heterossexual e cem por cento homossexual, é muito menor do que do que as pessoas que estão mais próximas da ponta.
Otávio: Exato.
Tiago: Por exemplo, tipo um cara heterossexual que só se envolve com mulher. Mas ele fica bêbado na festa e pega um monte de homem.
Otávio: Exato. Se você fosse pensar que a distribuição de sexualidade tivesse um comportamento gauciano. Mais cinquenta por cento da população seria bissexual.
Luca: E muitas vezes é; Só que culturalmente, né? Não tem como saber ao todo quantas pessoas são porque cuturalmente existe uma repressão muito grande à homossexualidade.
Otávio: Porque é uma questão de poder social.
Tiago: Eu cheguei a ler. Em notícia, eu não cheguei a ler o artigo original. Sobre um estudo que sugeria sugeriria que a bissexualidade é mais comum em mulheres. Mas como tem vários estereótipos. Do machismo.
Guilherme: A questão do homem segurar e não se abrir, não falar.
Tiago: Muitas mulheres são bissexuais e não sabem. Agora, como os homens muitas vezes eles têm uma um um uma questão sexual mais constante do que a mulher. No sentido de que a mulher tem padrões que vão se alterando mais, oscilando e o homem não. É algo mais constante, então o homem muitas vezes acaba tendo mais oportunidades de se entender sexualmente nesse aspecto. De qual é sua orientação.
Otávio: Sabe o que é engraçado? Na própria pesquisa Albert Kinsey, ele descobriu que noventa e dois por na pesquisa dele noventa e dois por cento dos homens admitiam se masturbar regularmente, comparado com sessenta e três por cento das mulheres. E trinta e sete por cento dos homens admitiram ter tido uma relação homossexual que os levaram ao orgasmo, contra doze por cento das mulheres na mesma situação. Se observa que a questão do machismo que leva ao ao empoderamento do sexo masculino. Permite também uma maior autodescoberta. O que mostra que a repressão é uma coisa que afeta.
Tiago: Todas as esferas, tanto a mulher quanto o homem.
Luca: Só olhando para um espectro pessoal que talvez nem seria ideal que poderia incomodar o ouvinte, não sei. Mas é que eu me vejo como bissexual e nunca cheguei a ter uma experiência que me levasse ao orgasmo com o homem. E com a mulher foi só uma vez.
Otávio: Mas o desejo, você imagina.
Otávio: Olha que coisa mais interessante. É porque homem é um bicho idiota. Homem não sabe fazer sexo. Homem faz sexo mal. Com variadas exceções.
Tiago: É a questão mais do egoísmo, né?
Otávio: Verdade. O cara sobe lá, dá três tocadas, explode e vai dormir. Velho, sexo não é só isso. Sexo não é um uma sequência de passos, tem que fazer os combos.
Guilherme: A sequência correta.
Tiago: Quando você fala em combos eu penso tipo naqueles comerciais de TV por assinatura, sabe?
Guilherme: Eu penso lá em videogame.
Otávio: Isso, você tem que acertar de sequência séria. Mas gente, relação sexual, ela nunca é uma igual a outra. Certo? Quando uma pessoa faz a relação sexual com a outra, é porque ela quer ficar com a outra pessoa nessa, nesse nível. as questões pessoais elas sempre mudam. Às vezes ela quer uma pessoa que dê mais segurança, outras ela quer uma pessoa que dê mais conforto, que dê mais empatia. Tem hora que o homem. Quer que a mulher pegue um cintaralho e faça todo o serviço difícil, porque ele está cansado de ser o pilar.
Tiago: Aí ele quer, ele quer sentir a questão da submissão.
Otávio: Isso.
Tiago: E não é homossexualidade o cara fazer um fio terra, parem com esse preconceito do caralho, tá? Mas enfim, isso não é parte do assunto.
Guilherme: Ou um cullingus.
Otávio: Você observa isso nos variados fetiches que você tem por aí. BDSM que é Bondage Sex.
Luca: Submissão de amarrar,
Guilherme: Ah, das amarrações. Masoquismo.
Luca: Não é só isso.
Otávio: Não é só o masoquismo, tem o sado. A parte sádica envolve a dor.
Luca: Envolve muito mais coisas do que isso.
Otávio: Sim, muito mais coisas, mas estamos tentando simplificar. Mas às vezes o homem e a mulher, o que que eles querem? Às vezes a mulher só quer ficar por cima olhando paro homem embaixo dela e fica mordendo o lábio inferior. E o homem adora isso, é uma questão de poder, não é uma questão de do… Eu falo isso de mais.
Letícia: Eu entendo. Otávio sexólogo.
Tiago: Um aspecto muito interessante, quando o Otávio juntou uma certa bibliografia, para gente ler sobre sexualidade.
Letícia: Que ninguém leu.
Otávio: Que ninguém leu, muito bem.
Tiago: Não, eu li.
Otávio: Tiago, você faz as coisas direito. Diferente da gente. A gente faz algumas coisas direito.
Guilherme: Nem o Otávio, leu?
Otávio: Não, mas eu não li porque eu já dei uma lida. Na verdade eu dei uma lida. A introdução de cada um, que é uma porcaria. Na literatura científica médica você tem os níveis de evidência que vão de E ao A. O E é a mais baixa, na opinião de um especialista, aí vai subindo pra casa de controle, coorte, ensaios randomizados, meta análise de ensaio randomizado. E messes você só tem relato de caso. Sim e às vezes relatos de pessoas que não são asperger.
Tiago: Relatos de familiares.
Otávio: Apesar desse tipo de literatura ter seu valor, é muito importante. Não é suficiente.
Tiago: Sim. E uma coisa que eu percebi muito no relato dos pais é que, primeiro, os aspergers que são usados como exemplos desses artigos. Eles não têm um diagnóstico tardio como o nosso. Todos nós aqui fomos diagnosticados na vida adulta, só o Luca que ainda estava na adolescência.
Leticia: No caso ele ainda é adolescente.
Tiago: É, falta falta alguns dias.
Otávio: Considerando a situação, ele foi diagnosticado tardiamente, até porque tarde para ele é uns sete anos de idade.
Luca: É exatamente. 2003 eu tava lá, pimpão, com dois anos de idade.
Tiago: Mas, enfim, uma noção que eu percebi a partir desses pais é que eles enxergavam a partir do diagnóstico. A partir da noção de quem está no espectro autista, que é tecnicamente uma deficiência. De que deficiente não transa e isso não se resume somente a questão do mas de todos esses neurodiversos. É um preconceito muito forte, muito arraigado. Inclusive eles se sentiam desconfortáveis ao falar de sexo em relação aos filhos, como se isso não fizesse parte do meio deles.
Otávio: Eu dei muita sorte de ter nascido numa família que me proveu muito amor e conversa. Eu tipo tinha eu sempre discuti vários com essa com a minha família. E minha família tem pessoas muito religiosas. Mas conversando, discutindo, perguntando e eles me perguntando o que eu achava, eu me tornei a pessoa com a sexualidade que eu tenho hoje.
E eu estou muito satisfeito. Mão quero dizer que eu transo pra caramba, eu transo na medida que eu quero, certo? Eu transo pras pessoas que eu quero, quando elas querem transar comigo e eu só transo quando elas realmente querem transar comigo, porque é é importante isso, sexo é uma via de mão dupla. Vocês vão longe, mas vocês tem que ir junto. E muitas pessoas porque não tiveram uma formação sexual desse jeito, pelo menos teórica, eles usam o sexo como forma de alta formação pra questões pessoais ou questões sociais. Isso nunca é saudável.
Tiago: Então e às vezes isso se mistura com a questão religiosa. Por exemplo, na minha experiência pessoal eu nasci numa família religiosa. Então assim esse assunto sexual ele nunca foi abordado de uma forma como o sentido de educação sexual. E isso me trouxe muitos problemas porque não é só uma questão de você abordar esses temas. Muitas vezes, por exemplo, o sujeito asperger, não sabe se defender em uma situação de abuso. E aí imagina você se você tem um asperger num ambiente familiar que ele não aprende sobre essas coisas e ele é abusado em algum momento. Então assim a questão da educação sexual ela é muito complexa e considerando o ambiente familiar de cada aspie. Você tem diversas diversas situações.
Nós temos amigos aqui que são asperger e tem uma sexualidade muito mal resolvida. Não foi não nos citaremos nomes porque não gostamos de fofocas.
Tiago: Gente só uma coisa. Nós não estamos monopolizando a conversa, tá? É que a Letícia foi ao banheiro e ela voltou agora.
Letícia: Isso. Então eu também nasci numa família muito religiosa. A diferença é que o meu padrasto é ele é católico mas ele é daqueles católicos à risca. Então assim eu nunca fui de conversar sobre sobre sexualidade com ele. Mas a minha mãe apesar de hoje ela está um pouco mais contida e tal por por ser casada com com católico e tudo. Mas assim, minha mãe me teve com vinte e um anos. Na minha idade ela era porra louca, né? Aí ela teve a minha irmã com vinte e quatro e aí a minha mãe sempre foi muito mente aberta para conversas e tal. Então, mas, entretanto, porém, todavia. Eu descobri o sexo, não o na prática e tal. Mas descobri sozinha, porque a gente tem acesso a internet a gente tem acesso a televisão. A primeira cena de de sexo que eu vi na minha vida foi quando…
Tiago: Cine Privê da Band?
Letícia: Não pior, velho foi uma vez que eu dormi na casa da minha avó e lá tem Net foi no Multishow depois da meia-noite.
Otávio: Sex Time.
Letícia: É tipo esses negócios aí. E aí eu vi aquilo ali e eu falei “ih parece que o negócio é legal né?”, então foi assim que eu descobri. E aí, lógico, depois veio a curiosidade de saber como que era de mulher com mulher, de homem com homem, tudo e por aí foi.Eu perdi minha virgindade com vinte anos, até então eu falava que eu ia casar virgem.
Tiago: Talvez seja um aspecto mais comum em asperger, que é a questão relações sexuais começarem tardiamente.
Leticia: Sim, mas eu já tinha curiosidade sobre a questão do estímulo. Então eu comecei a me masturbar com dezesseis, dezessete anos. Mulheres, elas excitam mais dificilmente do que homens assim eu acho.
Tiago: Eu lidava de uma forma muito negativa com isso.
Guilherme: É porque as mulheres são uma questão interna, né? Os homens já são uma questão externa.
Letícia: Ah não, depende, eu sinto muito tesão, dependendo do beijo da pessoa, da pegada da pessoa eu já consigo sentir. Mas essa questão da de chegar no final de ter orgasmo nessas coisas assim eu realmente tenho que ter o estímulo, porque senão, né? Na questão do que vocês estavam falando dos pais, tudo dá educação sexual. Eu só fui conversar mesmo sério com a minha mãe sobre o assunto quando eu estava namorando com o Luís. Que ele era mais velho que eu e foi o meu penúltimo relacionamento. O Luiz tinha vinte e cinco, eu tinha vinte. Ele vai fazer vinte e oito este ano. E aí lógico, namorando um cara mais velho, isso ia acabar rolando. Eu tinha certeza. E eu me sentia extremamente confortável com ele.A gente conversou muito, ele foi uma das pessoas que que me ajudou pra caramba quebrar essa ideia de que transar antes do casamento era uma coisa errada então aí acabei perdendo minha virgindade com ele e eu conversei com a minha mãe tipo uma semana antes falei assim olha é o seguinte “eu vou na casa dele no no dia dos namorados estou querendo perder minha virgindade com ele e eu já sei como é que funciona, já sei como é que é o esquema”.
Tiago: Achei engraçado você conseguir ter essa conversa com ela.
Otávio: Você foi direto com a sua mãe assim?
Leticia: Sim ela mesmo a gente sempre teve um diálogo muito aberto.
Tiago: Porque isso é muito bom.
Letícia: Desde de sempre assim. Então a gente conversa, a minha mãe também ela sempre teve muito medo, né? De que, por exemplo, ela engravidou com vinte e um anos, então acho que o maior medo dela era isso. Achar que eu ia engravidar com a idade dela. Tanto é que no dia que eu perdi minha virgindade, ela não deixou eu dormir na casa dele. Eu mandava mensagem e falava assim, “não, vou ficar aqui”. Ela,” não, você vai voltar pra casa”, não sei o que. O ato já tinha acontecido. Eu estava lá no meio do ato e a mãe mandando mensagem pra mim.
Otávio: Então tipo assim a minha sexualidade começou um pouco com o pé esquerdo. Porque eu conheci minha sexualidade pela internet.
Tiago: Era isso que eu ia falar. Exatamente. Pelo fato de eu ser muito reprimido, a forma como eu fui conhecendo as coisas foi internet. Então, tipo, eu acessava coisas do submundo da internet. Eu acho que isso era muito ruim.
Letícia: Eu era muito curiosa. Então eu sabia que na idade que eu tinha, uns doze, treze anos, quando eu vi a minha primeira a primeira cena. Eu sabia que na idade que eu tinha, meus pais iam conversar sobre o assunto comigo. Até a questão da pra vocês terem uma ideia eh era uma coisa assim que a gente não discutia muito. Hoje a gente discute mais. A minha irmãzinha por exemplo. Eu achei muito massa porque quando a minha irmã do meio menstruou pela primeira vez, ela escondeu que ela tinha menstruado e eu era uma pessoa muito muito boa nessas questões. Então eu quando menstruei eu fiquei feliz. Eu falei assim nossa senhora tal lugar pro meu pai comprou uma caixa de bombom e tudo.
Otávio: Nossa, eu morri.
Letícia: Quando eu falo, meu pai é meu padrasto.
Otávio: Eu sei como é isso.
Letícia: E o meu pai ele ele foi muito fofo em relação a isso porque eu menstruei com dez anos então eu ganhei caixa de bombom ah a minha irmã do meio foi com quatorze ela também ganhou e a minha irmãzinha foi esse ano com onze anos e ela também ganhou e assim eu achei muito fofo isso, sabe? Então a gente sempre foi tratado assim na minha casa, meu pai é o único homem. Então a gente sempre foi tratado muito com respeito, essa ideia de de se cuidar, de se preservar sempre foi muito imposta dentro da minha casa pois só tem mulheres. Então a gente não falava menstruação, a gente não falava de sexo, pelo menos não perto pro meu pai. E eu achei muito interessante o modo como isso foi evoluindo com o tempo. Então a minha irmã do bem, por exemplo, tinha vergonha. Então ela contou. E com a minha irmãzinha já foi diferente. Ela ela a partir do momento que ela já estava sentindo a sensibilidade começou a sentir as dores tal eu e a minha mãe conversou a gente falou assim “oh já estou achando que está perto dela menstruar” e realmente aconteceu. E foi muito tranquilo. Mas eu acredito que não tenha sido só a questão da gente ser muito aberta em casa, mas também tenha sido a internet. Ela adora ver vlog adora ver Vlog, principalmente de adolescentes e tal e ela tem contato com as minhas primas que tem mais idade que ela mas que tem uma mentalidade um pouco mais ter um acesso é um pouco que eu posso dizer mais descontrolado de internet. Que é menos monitorado pelos pais, então elas vêem qualquer coisa e os pais não tem noção do que elas estão vendo e aí ela acaba tendo acesso a informações que quando eu era criança, por exemplo, não tinha. E que eu tive que ficar praticamente sozinha e com o tempo.
Tiago: Mas assim eu quero te fazer uma pergunta. Você acha que se você tivesse sido diagnosticada com asperger mais cedo. Você acha que o seu ambiente nesse aspecto da sexualidade é mais superprotegido?
Leticia: Olha, eu não tenho certeza,a minha mãe, por exemplo, quando ela recebeu o diagnóstico, ela falou que pra ela não mudou nada, porque aí ela já sabia que eu não era uma menina normal. E ela sempre foi protetora, mas ela também sempre me deu liberdade. Ela nunca me privou de nada. Ela sempre aconselhava e tal. Agora eu não sei como seria em relação ao meu pai. Assim porque quando ele descobriu que eu tinha perdido minha virgindade a gente brigou feio e eu já tinha terminado com o menino, sabe? Eu já tinha vinte e um anos, então tipo assim foi um negócio meio louco assim e eu acredito que quando acontecer com as minhas irmãs do mesmo jeito, não sei. Mas com a minha mãe foi tranquilo já que eu conversei com ela antes.
Otávio: Torçamos que elas conversem com você antes.
Leticia: Eu não acho que elas não vão conversar porque elas são muito muito fechadas. E aí estou quase, é porque eu já ia linkar com a questão do assédio.
Tiago: Sim, pode falar.
Leticia: Porque eu eu sempre fui uma pessoa que sempre tive muita dificuldade de dizer não. Então assim eu já fui assediada e eu já já passei por muita coisa em relação à sexualidade que me deixaram sem saber o que fazer a primeira foi que eu estava no ponto de ônibus no lá no no terminal da Praça Bíblia de calça tal e um cara simplesmente enfiou a mão no meio da minha calça da minha calça e colocou a mão na minha mariazinha e eu olhei pra trás e não sabia quem era porque tinha muita gente e eu entrei em estado de choque e comecei a chorar dentro do ônibus. As pessoas perguntavam se eu estava bem e eu falava que eu estava bem e eu não conseguia explicar, não consegui dizer O que tinha acontecido, né?
Tiago: Ia ser muito mais desconfortável pra você falar sobre aquilo com desconhecidos, né?
Leticia: Então, foi bem tenso. E a segunda vez foi na boate, foi lá na The Pub. Inclusive eu nunca mais fui lá, porque eu peguei um trauma desse dia. Eu passo na porta e lembro. Eu tinha bebido um pouco, mas eu tava, tava assim, como posso dizer, consciente. Eu fiquei com um cara lá que ele era aparentemente mais velho do que eu e ele começou a vim com a mão boba e começar a falar,” resolve o meu problema, resolve meu meu problema” e o duro é daquele jeito e o cara querendo que eu transasse com as coisas aí de qualquer jeito.
Tiago: Aí o cara já estava com um pau na testa basicamente.
Leticia: Tipo isso e eu não sabia o que fazer. Eu tenho um problema que quando eu entro em estado de choque eu não consigo falar. Então eu só balbuciava e tentava empurrar ele já quase perdendo a força, até que eu consegui sair dele e sair correndo. Meu primo estava lá e eu pedi pro meu primo pra ir embora. E foi traumatizante para mim tanto é que eu fiquei um bom tempo sem conseguir pensar em sexo, e em ser tocada porque eu achava que qualquer cara que eu fosse ficar ia fazer a mesma coisa e não foi diferente, realmente. A maioria dos caras que eu fiquei eles vieram como boba. Só que eu sou uma pessoa muito intensa. Então quando o cara vem com a mão boba e eu acabo ficando com tesão eu fico com a pessoa Não de transar e tals. De retribuiu e enfim, vocês entenderam. Mas lá no fundo do meu coração eu acho isso muito chato pra caralho. Tanto é que o Nan é muito tranquilo. Ele foi um dos únicas pessoas que eu fiquei que não veio com mão boba ele é super receitoso, ele entende pra caramba. Tanto é que eles também têm suspeita de asperger. Então me entende mais ainda e eu acho que isso aqui conta muito, sabe? Às vezes as pessoas veem a mulher como uma pessoa muito frágil muito acessível e quando vê que a pessoa é um pouco tímida. Acha que ai é facinha, não sei. Vou pegar ela porque ela não vai ter coragem de falar não. É muito chato é muito chato.
Otávio: É nojento.
Leticia: E outra vez também que eu peguei um trauma. É uma das únicas pessoas que eu guardo magoa profundamente foi um cara que eu fiquei. Ele disse que quando estava de tempo com a namorada dele, a gente trocava fotos íntimas. Aí durante esse tempo a gente acabou ficando, a gente acabou transando. Eu acho que eu senti medo. Porque eu entrei no carro ele disse que só queria conversar que a gente só ia conversar para acertar as coisas e tal e aí ele já botou o pau dele pra fora e já falou assim olha o jeito que você me deixa.
Leticia: E já pegou a minha mão e colocou a minha mão lá e aí eu não soube o que fazer o que dizer e acabei indo na dele. Por um lado eu fiquei com medo, principalmente porque tinha alguns caras no ônibus estacionado e tinham pessoas passando na rua. Então eu com muito medo dele me forçar. Ele era meu amigo e eu não estava com tesão nenhum naquela hora. Não estava com vontade nenhuma. Ele falou “então vamos embora”, mas lá com o pau dele pra lá, não sei o que. E acabou que rolou e aí e aí a gente beijou e aí quando viu já e ele me olhava com com os olhos como se fosse me engolir com eles.E aí a gente transou e pra mim foi horrível. A gente conversou no outro dia ele veio me falar que tinha voltado com a namorada dele e aí a gente conversou e falou ah nem foi tão bom assim nem foi como eu esperava.
Otávio: Uau, que bosta.
Letícia: E não literalmente ele gosta de cu entendeu? E como eu não dei o cu pra ele, ele não gostou. E aí depois depois de um tempo eu bloqueei ele, fiquei muito puta, depois de um tempo eu recebi mensagens agressivas e muito grossas da namorada dele. Me xingando de tudo, falando “ah você conseguiu o que você queria”, porque eles terminaram. Depois eles terminaram, aí quando eles terminaram mandou essa mensagem e aí no fim da mensagem ela falava “por falar nisso belos nudes”. E ele me tinha me jurado que tinha apagado todas as nossas conversas, todas as nossas fotos e ele simplesmente mostrou pra ela. Eu fui super humilhada, peguei um trauma fodido. Todo cara que ficava comigo e eu transava, achava que ia acontecer a mesma coisa.
Tiago: Por isso que essa política, tipo, por mais que você confie na pessoa, eu não gosto dessa questão do nude, sabe? De mandar nudes.
Letícia: Pois é.
Tiago: Pois você não tem o controle do que a pessoa vai fazer com aquilo.
Letícia: Foi a primeira e a última vez que eu fiz isso. Foi por puro impulso, eu sou muito impulsiva. Porque eu achava que ele gostava de mim e eu estava começando a acreditar nas coisas que ele falava. Eu meio carente e ele era meu amigo e eu tinha um crush nele antes dele me falar que também tinha em mim. E aí a pessoa tipo aproveitar, sabe? O que eu fiquei mais puta, assim, não foi nem só o fato em si que aconteceu do sexo e tal, mas dele ter mostrado, sabe? Quebrado a confiança, ter mentido pra mim, que ele tinha falado que tinha apagado tudo e tal e eu não consigo olhar na cara dele. Ele estuda na mesma faculdade que eu. Tenho que dar de cara com eles todos os dias e eu não consigo olhar na cara dele. Ele já tentou puxar assunto comigo de novo. Já tentou voltar e eu simplesmente tenho nojo. Eu lembro e me dá ânsia. Então eu fiquei um bom tempo sem transar depois disso, porque eu fiquei, sabe, agoniada. Meu maior medo quando eu vou ficar com os caras é de ser assediada, então por isso que se eu não confio no cara ou se eu realmente não estou com muita muita vontade eu nem mostro interesse.
Otávio: Moral da história é meninos e meninas se não quiserem não deixe rola. não deixem subentendido, não fiquem com medo de dizer não, porque Deus do céu isso não vai, não vale a pena.
Tiago: Futuramente isso aí já é uma deixa pro público, já que nós vamos fazer um episódio sobre a questão da defesa. Porque eu tenho muitas histórias nesse sentido de que eu cheguei a um ponto da minha vida que eu percebi que eu não conseguia me defender sozinho de situações de perigo, sabe?
Letícia: Eu perco a voz, perco a força, meu corpo fica totalmente mole e eu não consigo falar não, isso que eu tô falando pra vocês, eu tô falando em primeira mão. Porque ninguém sabe dos detalhes, é a primeira vez que eu estou falando tão abertamente sobre esse assunto. porque nem nem meus pais, nem minha mãe que eu sou tão aberta sabe inclusive eu to morrendo de medo dela ouvir. Mas eu acho que ela não vai. Eu não sei exatamente se é por ser autista que eu estou aprendendo agora. O meu diagnóstico é muito recente, eu acho que todo mundo o meu é o mais recente. Eu tinha muita dificuldade de falar, não. Achava que como a gente é muito sensível né? Então assim, o tesão via muito fácil. E às vezes eu nem queria, mas o meu corpo tava fazendo eu achar que eu queria. E então, assim, eu não sei, eu queria muito saber de relatos de meninas aspergers. Porque principalmente que eu não conheço nenhuma, nenhuma menina eu conheço nenhuma menina autista. Eu queria saber se já aconteceu com vocês de se vocês terem sido assediadas e também eu queria saber que de vocês meninos, também. O que vocês acham, que talvez se eu falasse pra esses caras? Logo de cara que nem foi com o Nan. Que eu sou asperger, que eu sou autista. Se o tratamento seria diferente ou se seria pior? O que vocês acham disso?
Otávio: Isso aí é eu eh depende demais da pessoa pra quem você fala. Tem caras que não se importariam, tem mulheres que não se importariam, tem caras que pensariam que você é uma presa mais fácil. Tem mulheres também e tem homens que tomariam mais cuidado, sabe? Com medo de achar que você é uma que eu vou ser uma presa mais fácil, você quebraria mais fácil. E quando você quebra você grita.
Tiago: Eu deixo bem claro para as pessoas com quem eu me envolvo ou que eu estou começando a conversar e dar um possível envolvimento de que eu sou asperger. E as reações são distintas. A maioria pelo menos até agora aceitou muito bem. Mas tem aqueles aquelas pessoas fogem sabem?
Letícia: É o meu o meu primeiro caso, de falar, foi o Nan, né? Então assim ele achou de uma forma extremamente fofa, carinhosa e respeitosa, tanto é que ele que eles logo já lançou pra mim que ele também tinha suspeita. Mas eu acredito que mesmo se ele não tivesse, não seria diferente, porque é da criação dele também, os pais são separados, ele foi criado só pela mãe então ele é extremamente fofo, carinhoso ele sempre respeita muito as mulheres. Tem um tratamento de de tipo literalmente beijar a mão de abrir a porta do carro, então assim o cara é muito fofo.
Otávio: É o Luca mais velho.
Leticia: Ele tem vinte e cinco anos e ele já já foi noivo uma vez já foi casado. Ele é uma pessoa que eu acho que eu tirei sorte, independente do que vai rolar daqui pra frente. Se a gente ficar só amigos, a gente vai ter um relacionamento mais sério. Ele foi um um um tapa na minha cara assim de de falar olha só o que o que pode o que você merece sabe? O que pode acontecer na sua vida. Que pode acontecer coisas muito mais muito melhores que você pode conhecer pessoas muito melhores que nem ele. Então é você saber o que você é acima de tudo, o que você merece. Se respeitar para que as pessoas te respeitem também. Então eu também estou aprendendo a falar não, a me defender. Eu tive que me privar de muita coisa lógico porque querendo ou não as mulheres hoje em dia ainda são vistas como presa fácil. E eu virei feminista depois disso então assim eu estou aprendendo muito. Por isso que eu queria realmente escutar relatos de meninas asperger, para saber sobre.
Tiago: Ou quem sabe também um futuro episódio com mulheres.
Leticia: Nossa, por favor, quem se interessar.
Tiago: Caso queiram participar entre em contato com a gente, pelo e-mail, ou pelas nossas redes que vai ser muito legal isso.
Guilherme: Bom, realmente, né? O que o Otávio, agora ele não está mais aqui porque ele teve que se retirar, né? Mas justamente como ele falou. Há pessoas que acham que você é um objeto de cristal, tem medo de ir pro lado da sexualidade contigo. Eu mesmo deixo bem claro quando eu converso com as pessoas. Se é uma pessoa que eu acabei de conhecer e estou dialogando, sou transparente, falo de cara. Que eu tenho asperger associado com desvio de atenção. E aí tem as pessoas com surpresas, né? Mas é aquela questão, há casos e há casos. Vai muito também do caráter da pessoa, né? Isso daí de abusar da sua condição. Então, assim como os meninos disseram, não deixe passar batido, diga não. Por mais que a verdade doa quem doer, diga não, não aceite. Não seja submisso.
Tiago: E para finalizar, nós informamos que esse episódio sobre sexualidade é uma introdução a uma série de vários episódios. Que a gente vai fazer com a temática da sexualidade, com alguns subtemas. Enfim, eu quero que vocês fiquem ligados, porque eu tenho certeza que há muita contribuição nesse campo, tão negligenciado em termos de asperger e autismo. Enfim, um abraço e até mais.
Guilherme: Até mais, tchau.
Leticia: Tchau!