Maior figura autista da história da comunidade do autismo, Temple Grandin ganhou popularidade a partir de 1986 e, além disso, também teve uma prolífica carreira acadêmica. A história de sua vida é contada por Thaís Mösken, em texto de Tiago Abreu. Arte: Vin Lima.
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Transcrição do episódio
Até um certo momento na história do autismo, apenas profissionais falavam. E até um certo período, só apenas profissionais e familiares, especialmente aqueles que tinham alguma mínima bagagem científica. Mas chegou o dia em que o mundo conheceu uma nova voz que iniciou uma mudança radical sobre quem fala sobre autismo. Estou falando de Temple Grandin.
Temple Grandin nasceu em 1947 na cidade de Boston, nos Estados Unidos e, como ela normalmente se refere, era uma criança no mínimo estranha. Ela demorou a desenvolver habilidades, tinha comportamentos agressivos e quase entrou para a triste estatística de autistas institucionalizados. Mas, por um triz, ela conseguiu escapar.
A mãe de Temple teve um papel fundamental em seu desenvolvimento. Grandin teve muitos problemas na escola, desde o ensino infantil com o ensino médio, o que a fez mudar muitas vezes de instituição. Mas ela finalmente conseguiu chegar ao ensino superior. Na década de 1970, ela já tinha um mestrado e era uma pesquisadora relevante em administração de gado.
Mas na década de 1980, as coisas começaram a mudar. Pouco a pouco, Temple não só publicava artigos sobre sua área, mas também começou a utilizar sua experiência enquanto autista para escrever sobre autismo. Em 1986, ela atraiu os holofotes para a sua primeira obra. Foi o primeiro livro escrito por uma pessoa autista.
Isso obviamente levantou inicialmente a desconfiança das pessoas. Era inédito. E mais: Temple começou a se destacar na comunidade muito antes de surgir qualquer movimento coletivo de autistas. Mas seus textos tinham profundidade e detalhes. Mais do que isso: Grandin conseguiu criar boas relações com mães e pais e por isso se manteve relevante.
Assim, ela seguiu produzindo ativamente na comunidade. Ela era uma fã de B. F. Skinner, um dos ícones do behaviorismo, mas se decepcionou quando conheceu-o. Uta Fritch, que já era conhecida como pesquisadora, citava Temple. E, tempos depois, o escritor Oliver Sacks entrevistou Grandin para um texto disponível no livro Um Antropólogo em Marte, de 1995. O nome do livro, inclusive, surgiu de uma fala de Temple.
Não demorou muito para que sua história pudesse virar um filme. Isso ocorreu em 2010, com um filme de TV distribuído pela HBO. Nele, a infância da ativista foi explorada, incluindo uma de suas criações mais famosas, a chamada “máquina do abraço”.
Temple não se casou, tampouco teve filhos. Em algumas entrevistas, ela declarou não ter interesse em relacionamentos, embora suas dificuldades ainda lhe trouxessem certo nível de tristeza. Por isso, ela fez de seu trabalho a principal marca de sua vida, e suas estratégias para humanizar o abate de animais foram utilizadas em diferentes lugares do mundo.
No próximo episódio, vamos começar a lembrar algumas das maiores figuras autistas na história do ativismo. É só aguardar, seguir o Introvertendo no seu aplicativo de podcast favorito e nas redes sociais. A próxima biografia será lançada no próximo mês.
A série de figuras históricas do autismo é um conteúdo narrativo do podcast Introvertendo. A locução é de Thaís Mösken. O texto e a edição são de Tiago Abreu. O Introvertendo é uma produção da Superplayer & Co.