Uma das figuras centrais na popularização do diagnóstico de Síndrome de Asperger, Uta Frith fez história na pesquisa do autismo e ainda foi reconhecida como uma das mais importantes mulheres do Reino Unido. A história de sua vida é contada por Thaís Mösken, em texto de Tiago Abreu. Arte: Vin Lima.
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Transcrição do episódio
Ela foi uma das primeiras pesquisadoras sobre o autismo a falar sobre o diagnóstico para fora da comunidade, recebeu prêmios e abriu portas para muitos pesquisadores. No episódio de hoje da série de figuras históricas do autismo, é a vez de falar sobre a vida e obra de Uta Frith.
Uta Frith nasceu em maio de 1941 num município chamado Rockenhausen, localizado entre o oeste e o sudoeste da Alemanha. Já no início da vida adulta, ela se matriculou na Universidade do Sarre, onde começou a estudar Psicologia. Em 1964, ela se mudou para Londres, com o objetivo de treinar o inglês.
No cenário londrino, Uta começou a trabalhar com pesquisas na área de Psicologia e com crianças com deficiência, incluindo autistas. Não demorou muitos anos para que ela começasse a se destacar em suas atividades, incluindo pesquisas sobre déficits de autistas em interpretação de linguagens e códigos sociais.
Depois que defendeu seu doutorado em 1968, Frith continuou ativa no campo do autismo. Ela orientou futuros pesquisadores conhecidos nos estudos do autismo, como Simon Baron-Cohen, Ami Klin e Tony Attwood, e tinha proximidade com outros nomes notáveis de sua época, como Lorna Wing, Oliver Sacks e Temple Grandin, a primeira famosa autista ativista.
Durante a década de 1980, ela também escreveu sobre dislexia. Uta Frith também foi uma das pioneiras no estudo da Síndrome de Asperger, diagnóstico batizado por Lorna Wing naquela mesma época e que só chegaria aos manuais de diagnóstico nos anos 90.
É de Uta a ideia de que autistas têm uma dificuldade popularizada como “teoria da mente”. Este conceito foi apresentado popularmente no final da década de 1980, com o livro Autism: Explaining the Enigma, fruto de uma pesquisa desenvolvida em 1985 com a criação de um teste cognitivo chamado Sally–Anne.
Outra ideia desenvolvida por Uta é a falta de coerência central, um argumento de que autistas costumam ser mais habilidosos para perceber detalhes específicos no ambiente, por exemplo, e uma dificuldade maior para processar o cenário geral das coisas.
Já nesta época, Frith também era uma figura popular nos meios de comunicação. E ao longo das últimas décadas, ela apareceu em vários programas televisivos e de rádio no Reino Unido, e recebeu vários prêmios enquanto pesquisadora. Em 2015, ela entrou na lista de 100 mulheres da BBC.
Ela se casou com um psicólogo chamado Chris Frith, o qual Uta conheceu nos seus primeiros anos em Londres. Uma de suas habilidades, na época, era saber o alemão. Juntos, tiveram dois filhos. Chris e Uta estão casados até hoje.
Até aqui, a história do autismo foi construída majoritariamente por pesquisadores e familiares ativistas. Mas, ainda na década de 1980, isso começaria a mudar. Afinal, os autistas sempre existiram ao longo da história, e eles, pelo menos teoricamente, eram o público-alvo e o centro da maioria dos serviços e políticas públicas.
No próximo episódio, vamos começar a lembrar algumas das maiores figuras autistas na história do ativismo. É só aguardar, seguir o Introvertendo no seu aplicativo de podcast favorito e nas redes sociais. A próxima biografia será lançada no próximo mês.
A série de figuras históricas do autismo é um conteúdo narrativo do podcast Introvertendo. A locução é de Thaís Mösken. O texto e a edição são de Tiago Abreu. O Introvertendo é uma produção da Superplayer & Co.