Seja carro, moto, trator ou jatinho, dirigir é um ato quase artístico e, em muitas situações, perigoso e cansativo. Michael Ulian, Otavio Crosara, Thaís Mösken, Tiago Abreu e Carol Cardoso, neste episódio, investigam suas relações com a direção, o processo da carteira de motorista, estresses e desgastes, acidentes e desejos sob rodas. Arte: Vin Lima.
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Transcrição do episódio
Thaís: Um olá pra você que escuta o podcast Introvertendo, esse podcast que é feito por autistas para toda a comunidade. E hoje nós vamos falar sobre nossas experiências como motoristas. O meu nome é Thaís, eu vou ser host deste podcast hoje e nós estamos com alguns convidados e algumas pessoas do nosso elenco normal pra conversar sobre isso.
Tiago: Eu sou o Tiago Abreu, sou jornalista, diagnosticado com autismo em 2015 e se eu me tornasse um multimilionário, a primeira coisa que eu faria na minha vida seria contratar um motorista particular, porque eu odeio dirigir.
Otávio: Meu nome é Otávio Augusto e eu detesto quem fica na faixa da esquerda.
Michael: Olá, eu sou o Michael, o Gaivota, e asas não são o melhor jeito de controlar um volante.
Carol: Eu sou Carol Cardoso, eu estudo arquitetura, tenho 23 anos e fui diagnosticada com autismo em 2018.
Thaís: E se você também não é multimilionário e não tem o seu próprio helicóptero, jatinho particular e motorista, talvez você já tenha sido obrigado a dirigir, mesmo que você odiasse aquilo. Então, talvez você se identifique com alguma das coisas que a gente vai conversar hoje. O Introvertendo é um podcast feito por autistas, cuja produção é da Superplayer & Co.
Michael: Vrum vrum!
Bloco geral de discussão
Thaís: Por que é que vocês começaram a dirigir, pessoal? Algumas pessoas só seguem a onda (risos). Que seguem a onda…
(Risos)
Thaís: Desculpa, gente. É que hoje muitas pessoas falaram “segue a onda” (risos).
Michael: Olha a onda, olha a onda!
Tiago: É, mas a minha vida realmente foi seguir a onda, porque eu só comecei a dirigir por obrigação do meu pai. Meu pai tinha uma regra social dentro dele que quando eu completasse 18 anos, ele ia me dar uma carteira de motorista de presente. Eu não queria, necessariamente, dirigir, mas ele falou pra iniciar o processo. E aí eu iniciei um processo de carteira AB. No final das contas, eu fiquei só com a carteira B e hoje em dia eu dirijo porque eu sou obrigado mesmo, eu não gosto de dirigir.
Carol: Bom, eu tirei carteira basicamente por pressão social, porque a minha família sempre ficava dizendo: “Ah, se tiver uma emergência, tu tem que saber dirigir”. Só que realmente dei entrada no processo quando eu percebi que se eu dirigisse eu ia poder ir pra algum rolê sozinha, sem ter que pegar ônibus pro rolê e aí eu decidi tirar a carteira.
Otávio: Sempre quis dirigir, gosto demais de dirigir, inclusive, principalmente quando eu tô sozinho no carro.
Thaís: Mas você falou que você sempre quis dirigir, tinha algum motivo?
Otávio: Não, gostava da ideia de dirigir. Só isso.
Michael: Eu acho que eu sou o único aqui que ainda não tirou carteira, inclusive eu ia tá entrando no processo agora este ano, só que epidemia ocorre e nada acontece feijoada. Eu realmente não gosto de dirigir, eu gosto de usar minhas pernas, elas funcionam, elas carregam todo o peso que eu preciso e elas me carregam pela distância que eu preciso mas por pressão da minha família que precisa de mais alguém que sabe dirigir porque está faltando alguém que sabe dirigir, eu tomei sendo pressionado aí aprender e tirar a carteira. Quer dizer, aprendeu eu já sei dirigir mas tem que tirar carteira, né? Merda.
Thaís: Quase todo mundo comentou aí a questão da pressão social, no meu caso foi um pouco pouquinho diferente, eu tirei carteira porque eu levava entre duas horas e meia e três horas para ir de ônibus pra faculdade e mais esse tempo pra voltar, então era entre cinco e seis horas por dia dentro do ônibus e isso me incomodava bastante enquanto de carro eu podia chegar em vinte minutos e voltar em cerca de quarenta minutos, totalizando aí uma hora ao invés de seis. Então, pra mim, matematicamente fazia muito sentido eu passar todo o estresse e odiar ficar dentro do carro, que era menos detestável do que ficar dentro do ônibus.
Tiago: É engraçado, porque assim, no caso de você, né, Thais, você residia em São Paulo, que tem uma dinâmica totalmente diferente, mas eu, por exemplo, aqui em Goiânia, dependendo do horário, eu passo menos estresse pegando dois ônibus do que dirigindo de carro. E eu sou o tipo de pessoa que quando eu vou de um lugar pra outro, eu tô pingando de suor de tanta ansiedade de dirigir. Então, toda vez que eu ando de carro eu tenho que tomar banho. Carol, como é que é aí em Macapá? Porque também tem a questão dos motoristas, né? A gente falou lá no episódio 4, Amor e Ódio, a raiva que a gente sentia dos motoristas. E eu teria muita curiosidade de saber se o pessoal aí é educado ou se eles são meio que surtados igual os de Goiânia.
Carol: Eu acho que educado é falar demais, eles não são educados, mas eu acho que eu prefiro mil vezes pegar ônibus do que do que andar de carro, porque eu sou uma pessoa muito distraída, então o trajeto de carro pra faculdade é aproximadamente nove minutos e de ônibus pra faculdade é quinze minutos, de, pra mim essa diferença não é tão grande e eu prefiro mil vezes ir de ônibus do que de carro. Nas duas vezes que eu bati o carro foi nesse trajeto de casa pra faculdade, foi nesse perímetro.
Tiago: Eu já ouvi falar que se você consegue dirigir em Goiânia ou em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, você consegue dirigir em qualquer lugar, porque são dois universos bizarros.
Thaís: Eu já estive na Índia. Então, assim, eu já vi muita gente falando várias coisas aqui de: “Ah, se você dirige em São Paulo, você dirige em qualquer lugar, não tem trânsito pior do que no Rio de Janeiro”, mas é, não, gente, na Índia é pior, relaxa.
(Risos)
Thaís: E depois a gente vai contar algumas histórias de outros problemas que nós já tivemos aí no trânsito, mas por enquanto vamos começar mais do princípio que é a própria prova pra tirar carteira de motorista. Eu queria saber como foi a prova de vocês. Muitas pessoas tem que fazer prova várias vezes, então contem um pouquinho aí pra gente.
Tiago: Eu não consigo não falar da carteira sem mencionar questões do autismo porque tirar uma carteira não é simplesmente você assistir a aula e fazer uma prova, existe toda uma questão de interação social. Eu comecei em dezembro de 2014, minha carteira provisória chegou na minha mão em fevereiro de 2016, então o processo durou bastante, sei que eu fiz a prova, pelo menos a de carro, quatro vezes. E de carro até que me dei bem, o instrutor era gente boa, mas eu reprovei na prova três vezes até passar na quarta. Na primeira vez eu quase passei, só que eu tive um ataque de ansiedade de uma forma que a minha perna tremia e tremia de uma forma incontrolável. E aí, mesmo assim, eu ainda consegui manter o tranco, fiz a prova até o final, mas o carro apagou duas vezes, era muito difícil segurar na embreagem quando seu pé está tremendo o tempo todo. Até que um amigo meu me recomendou, já na quarta vez de prova, que eu poderia tomar um remédio pra pressão alta, que eu ficaria controlado. E aí isso funcionou e passei de primeira sem errar nada. E aconteceu de que eu sempre odiei motos, eu sempre tive um pavor de motos por todos os perigos que ela representa e eu consegui a proeza de me machucar, me acidentar de moto durante as aulas. Os alunos estavam lá e de repente eu perdi o controle da moto, saí derrubando cone, a moto caiu no chão em cima de mim e eu cheguei em casa todo ralado. E então, na primeira prova que eu fiz de moto, eu falei: “Não, não vou mais fazer isso não”. Processo de veículo geralmente inclui também aquela parte do teste psicológico e do teste psicotécnico. No teste psicotécnico, me falaram que eu era uma pessoa muito ansiosa, porque eu tinha feito os exercícios muito rápido e que eu deveria prestar atenção e etc, eu quase que eu ia ser reprovado no exame psicotécnico, pra falar a verdade. E aí no teste psicológico eu fui atendido por uma psicóloga que gostava de discurso de autoajuda, que ficou fazendo pouco caso do meu diagnóstico de autismo, dizendo que era bobagem, que era só pra eu sorrir pro mundo que o mundo ia sorrir pra mim, que não tinha nada a ver e eu quase mandei ela se ferrar lá, mas obviamente eu queria uma carteira, então, obviamente não ia colocar todo o processo a perder. Mas, resumidamente, eu consegui minha carteira em 2016, dirijo de lá até então, e já me envolvi em dois acidentes, mas depois eu conto sobre isso.
Otávio: Fiz dois processos. Quando eu fiz o primeiro processo, eu reprovei cinco vezes, aí o processo expirou. E na segunda vez eu passei de primeira, sem errar nada. E eu queria falar um palavrão agora, porque eu tô realmente frustrado só de lembrar disso, mas eu não vou falar porque vivemos numa sociedade.
Carol: A parte das aulas foi um pouco desgastante, porque gosto de aula de nada, mas que foi muito difícil pra mim essa questão do psicotécnico também, porque no dia que eu fui fazer a pessoa que aplicou o teste não sabia o que ela tava fazendo e aí ela ficava falando muito alto lá fora com a pessoa, a recepcionista, e fofocando. E eu fiquei com muita raiva disso e eu pensei que eu ia que eu ia reprovar porque eu tava com muita sensibilidade sensorial e tipo, eu não tava conseguindo fazer a prova. E aí chega uma hora que eu me levantei da minha cadeira, fui lá e bati a porta pra eu não ficar escutando mais a fofoca da mulher, sabe? Só que no fim das contas eu não fui reprovada, ainda bem, porque eu achei que talvez eles pensassem: “meu Deus, essa pessoa é desequilibrada”, mas não, deu tudo certo, eu passei.
Thaís: Eles querem testar se a gente não pula no pescoço deles, alguma coisa assim, aí a gente tá apto, entendeu? Porque acho que eles fazem de tudo pra ver se a gente é psicopata, não é possível (risos).
Tiago: O Brasil é uma falha psicotécnica.
Michael: A realidade é que o Brasil é um gigantesco surto coletivo, é isso que eu acredito.
Carol: Eu tive que fazer a prova prática mais ou menos cinco vezes, mas eu só reprovei três vezes. Duas vezes o meu carro deu problema, nesse meio tempo eu tive que mudar de autoescola porque a gente já tava cansado de eu ter que fazer a prova e o carro não dar certo, então eu mudei de autoescola entre a quarta prova e a quinta, que foi a última que eu passei, eu tive que mudar de carro e foi muito difícil porque eu fiz o processo todo das aulas com um carro, e aí quando foi no final eu tive que trocar e depois eu tive que trocar de novo.
Tiago: Nossa…
Carol: Sem dúvida isso me prejudicou demais, mas assim, eu acho que no dia que eu passei eu fiquei tão feliz que eu resolvi fazer um bolo e eu fiz um bolo só pra mim de comemoração de carteira.
Thaís: Eu tive um um problema meio diferente no aspecto de que me deixaram por último e eu tava bem nervosa aquele dia. E chegou num ponto que já tinha ido quase todo mundo e não tava em ordem alfabética, nem nada, eu perguntei: “Professor, que que tá acontecendo? Por que que eu não fui chamada ainda, aconteceu alguma coisa?”. E aí ele virou pra mim e falou: “Não, é que você tá tão tranquila, tão quietinha, que eu resolvi te deixar por último, porque as outras pessoas tão nervosas e ansiosas”. E era porque eu estava absolutamente quieta e imóvel em um canto e isso não queria dizer que eu estava tranquila (risos). Eu errei várias coisinhas e eu não sei porque o cara me passou. Mas ele me passou. Eu não tinha pago. Tinha um outro cara nessa turma que tinha pago e foi o primeiro a fazer prova. E ninguém aquele dia reprovou, coisa que me falaram que é bem incomum assim, ninguém na turma reprovar. Bom, como a gente conversou agora, essa questão de dirigir é um problema desde o início, as vezes antes mesmo da gente tirar a carteira já é difícil. Então, eu queria que vocês contassem ao longo do tempo que vocês dirigiram ou mesmo outras histórias que vocês já estiveram presentes, mas pontos de dificuldade de estresse que vocês têm no trânsito quando vocês tão dirigindo.
Carol: O que eu tenho mais estresse, mais dificuldade assim, quando eu dirijo, é música. É difícil eu conseguir dirigir com música, principalmente porque se aparece uma música que eu não gosto, eu vou ficar muito agoniada pra mudar. Outra coisa é a minha hipersensibilidade a barulhos e coisas que acontecem do nada assim, sabe? Tipo, eu não tenho sensibilidade para barulhos altos, eu tenho sensibilidade para barulhos inconstantes. Então, tipo um barulho do nada assim, isso é muito comum de acontecer no trânsito. Outra coisa que é, tipo, horrível pra mim, é celular. Então eu preciso deixar meu celular no silencioso, porque se eu receber alguma notificação, isso vai me bagunçar toda e até hoje eu não entendo como tem gente que mexe no celular dirigindo, tipo assim, eu acho isso muito surreal, fora da realidade. E outra coisa, por último, é quando eu dou carona pra mais de três pessoas, porque as pessoas têm dificuldade de ficar caladas e assim, eu amo dar carona, mas quando as pessoas que eu tô dando carona conversam, eu não consigo. E aí, eu já fui a motorista do rolê e isso me deixou completamente exausta. Eu me perdi várias vezes na rua, entrei em várias ruas erradas, porque eu não tava conseguindo lidar com o carro cheio de gente.
Tiago: Nossa, quando você falou de andar com mais de quatro pessoas, eu imaginei alguns amigos seus escondidos no porta-malas, alguma coisa assim (risos).
Thaís: Ou quando um senta no colo do outro, sabe? Esse tipo de coisa também.
Tiago: Todo contexto em relação a dirigir é complicado porque é completamente imprevisível. Eu sou muito rígido, assim, na minha rotina, nas coisas que eu faço. Então, tudo foge da previsibilidade ali. É em relação aos outros que vem em sua direção, ao caminho que você faz. E eu sempre penso a minha direção de uma forma muito disciplinada. Então, eu vou na primeira marcha, segunda, terceira, quarta. Se o semáforo tá fechando, eu vou dr quarta, terceira, segunda, primeira e paro no ponto morto. Eu nunca vou parar do nada. Eu sempre tenho uma forma coordenada de lidar. E aqui é muito, muito bagunçado assim, o caos é muito grande, os motoristas são muito grosseiros, aqui o motorista te buzina se você tiver certo, então assim, não há lógica realmente, mas eu percebo que eu tenho uma reação completamente incomum, uma reatividade bizarra ao ponto de estar num dia tranquilo, tô num caminho que eu tá tudo aparentemente certo e eu tô lá suando, desesperado. Então, eu geralmente evito bastante dirigir. Eu já dirigi com o Otávio estando perto, já dirigi dando carona pro Michael, também pro Marcos, que já saiu do podcast, pro Luca. Eu acho que eu já dei carona pra maioria das pessoas que estão na equipe do podcast e eu acho que todos eles podem afirmar o quanto que eu fico tenso, assim, quando eu dirijo.
Otávio: Ele realmente fica. Quanto a mim, assim, meus primos dirigem há mais tempo que eu, e eles já comentaram que o quão colérico que eu fico no volante, velho. Eu não fico ansioso.
Tiago: Não, você fica até estiloso, começa a ouvir uma música, consegue gerenciar uma ligação, eu fico, assim, impressionado com a sua habilidade, tanto é que a Jordanna naquele episódio do relacionamento, ela falou que ela tem raiva do tanto que a sua rotatória é perfeita, sabe? (risos) Ela tem ódio da sua perfeição.
Otávio: É verdade. Mas quando alguém erra, velho, eu grito. E quando eu erro, eu grito. Se eu cometo um erro, eu grito também. E eu grito: “desculpa!”. Eu grito “foi mal” e “desculpa” várias vezes. Se eu encontrar com o cara no sinal, eu falo, “velho, mil desculpas, eu errei lá atrás, a culpa não foi sua, não vou fazer de novo”. Eu sou muito comunicativo.
Tiago: Demais, extremamente expressivo. Eu não buzino em hipótese alguma. Eu só buzino se eu tiver com chance iminente de morrer, mas eu não uso buzina nem de forma alguma.
Otávio: Eu detesto quem dirige devagar na esquerda e eu me detesto porque às vezes eu dirijo devagar na esquerda.
Thaís: Eu tenho mais raiva de quem na faixa da direita fica jogando luz. Porque se você está na faixa da direita, já é porque você está indo mais devagar, provavelmente você tá tentando se localizar, alguma coisa assim, não adianta a pessoa encostar em você e jogar luz, porque não tem pra onde você ir, a não ser que você jogue o seu carro no acostamento, que você não pode fazer. Esse, pra mim, é um dos pontos que me incomodam bastante.
Otávio: Quando eu vejo alguém fazendo isso, eu ando mais devagar ainda, véio.
Tiago: Você quer ver o circo pegar fogo.
Otávio: Eu quero. Eu tô faltando, assim, parar o carro e pegar o extintor e já entendeu.
Tiago: GTA.
(Risos)
Thaís: Não, mas nesses casos, eu também, muitas vezes, desacelero mais ainda pra pessoa ver que é pra ela ir pra esquerda e me ultrapassar, tipo: “eu não vou tentar te impedir de me ultrapassar, moço. Vai pra lá, some daqui e me deixa em paz!”. O que me causa mais estresse são as outras pessoas. Então, mesmo para as outras pessoas tão relativamente distantes, eu acabo ficando muito preocupada quando eu tô dirigindo se eu não tô atrapalhando alguém, se eu não estou fazendo alguma coisa errada que vá prejudicar outra pessoa, então eu fico tentando olhar em volta, tentando olhar todos os retrovisores e aí eu tenho dificuldade de me concentrar no que eu tenho que fazer e pra onde eu tenho que ir e olhar os retrovisores pra ver se tem gente em volta e decidir o que eu vou fazer a seguir. Essa questão de ter que gerenciar várias coisas me deixa muito nervosa, me cansa muito principalmente. Mesmo quando eu tô em um trajeto conhecido e que eu não esteja ansiosa, de fato, eu acabo ficando exausta de dirigir mesmo é só um pouco, acho que justamente a questão de eu sempre tomar cuidado com o que eu tô fazendo e tentar me planejar bastante acaba me prejudicando nesse aspecto, porque o planejamento quando você tá dirigindo acaba não sendo muito a longo prazo, né? Você vai ter algumas informações e tem que refazer o seu planejamento a cada nova informação que chega. E eu sempre tive muita dificuldade de ir pra lugares novos. Tem muita coisa que é um pouco de regra social no trânsito, digamos assim, que é tão difícil de entender como uma regra social entre pessoas. E agora que a gente já falou de vários ponto que incomodam a gente no nosso dia a dia como motorista, vamos contar um pouquinho das nossas histórias, alguns acidentes que nós já tivemos e tomara que também sirva pras pessoas perceberem que se elas estão cometendo um erro, não estão sozinhas. A gente erra, mas eu acho a gente tentar ir melhorando com o tempo (risos).
Michael: Deixa eu contar como que eu aprendi a dirigir, porque, como eu comentei, eu já sei. Realmente, eu nem entendo porque as pessoas têm tanta dificuldade, porque não tem muito segredo na parte da operação. Primeira vez que me deram um volante para dirigir, eu acho que eu tinha 14 ou 15 anos. Me pegaram uma S-10, 4×4. Juntamente o carro ideal pra você dar uma pessoa para dirigir pela primeira vez, assim. E, surpreendentemente foi de boa, eu fui, liguei, tirei do ponto morto, engatei, andou, tranquilinho, tava numa estrada de terra, então de boa, tranquilo. Eu andei um pouco, beleza. Tava com meu tio do lado, tava querendo me ensinar. Ele falou: “Agora para”. Eu, com toda a minha inocência, ainda eu não não tinha descobrido que existia algo chamado Física e Gravidade, me veio que era algo perfeitamente plausível e capaz de fazer de simplesmente pisar no freio com tudo! E ainda era um carro de quase duas toneladas, então eu peguei, simplesmente botei o pé com tudo, sem dó, quase quebrei o freio, ainda bem que eu sempre usei cinto dentro do carro. Meu tio voou.
Tiago: Logo na primeira vez.
Otávio: Nossa. Eu tenho uma história semelhante.
Michael: Eu também já tive a oportunidade de dirigir um trator. Acho que foi no ano passado inclusive, tava no sítio de uns amigos, a gente tinha terminado a feira da cidade, tinha andado com eles, tava terminando de fazer a silagem do milho pra guardar pras vacas. Daí eles queriam ir lá pescar, tinha um rio perto da chácara. Ele falou: “Pega o trator aí, vamos lá. Ah, pega e dirige cê aí”. Peguei, ele falou como ligar e como botava marcha. A única coisa estranha que eu posso te falar, comparado com o carro normal, é que o centro de gravidade de um trator é um negócio muito estranho, porque você está alto, bem alto e por mais que o trator tenha estabilidade, quando você tá saindo da estrada, entrando no meio do campo com uma inclinação alta, você fica naquela tensão: “Puta que pariu, como é esse negócio não virou ainda?”. No final disso eu não parei de tudo, descobri o segredo de que você pode apertar com calma o freio, você não precisa chutar o freio com toda a sua vontade. Então, foi um sucesso, consegui dirigir ali quase um quilômetro tranquilo. Imagina como que é dirigir a colheitadeira, porque aquele negócio é alto pra caramba, cara. Acho que é uns dois metros e meio, quase três de altura.
Tiago: Quando você falou de trator, eu lembrei daquele vídeo do Paulo Kogos: “Eu quero andar de tanque, filho da puta!” (risos).
(Risos)
Otávio: Eu já quebrei um trator.
Tiago: De brinquedo?
(Risos)
Otávio: Não, um trator. Que que aconteceu? Eu tinha uns oito anos, certo? E eu tava na casa dos meus avós. Meu avô tinha uma oficina. Um cara deixou, não sei por qual razão trator na oficina dele. E eu tava sem o que fazer, que que eu fiz? Eu subi no trator e inventei que eu tava numa nave espacial, certo? E aí eu fui mexendo em todos os controles do trator, certo? E na manhã seguinte, o cara veio pegar o trator e o cara ligou o trator com todas as configurações alteradas por mim, certo? Véio, o trator, eu acho que quebrou o eixo.
Michael: (Risos)
Otávio: Eu não estou exagerando.
Michael: E assim, trator é um negócio que quebra, que quebra toda hora, mas cara, quebrar o eixo…Puta que pariu! (risos)
Carol: Eu já tive dois acidentes, um quase acidente grave e um acidente controlado. Dois foram na rua, um foi na autoescola, que foi quando eu fui fazer minha prova, eu bati naquele negócio lá, que é pra simular o carro, que eu esqueci o nome, no protótipo. E nos dois acidentes que eu tive, um foi que eu tava indo pra casa da minha amiga, que era perto da universidade, dois caras numa moto bateram por trás. Então, a culpa não foi minha. Só depois que eu vi que tinha batido e que o cara tinha arrebentado o dedo dele, saiu sangue, quando eu vi o sangue a minha cabeça só faltou explodir, assim, porque eu sou uma pessoa que não consegue ver sangue. Eles que tinham sido os culpados, só que eu não conseguia me comunicar, tipo, sei lá, não tava no meu estado normal, então eu não consegui pensar, eu não lembro direito o que aconteceu depois. No outro acidente, isso já foi por causa daquela coisa que eu disse, que meu celular precisa sempre estar no silencioso, e nesse dia, por um motivo bem específico, eu não deixei no silencioso e a minha amiga me ligou na hora e, tipo, na hora que eu vi que o meu celular tava tocando, tava chovendo e aí eu bati por trás num outro carro. Eu também não sei contar, desculpa, gente, não sei contar história de acidente (risos).
Otávio: Não se preocupe, OK.
Tiago: Mas eu acho que é legal ter mencionado que não consegue lembrar porque tem situações, assim, de muito estresse que as pessoas realmente não lembram. É tipo a Thaís falando que ela não lembra do do período da graduação dela quando ela teve depressão assim. Tem coisas que a gente apaga da memória e não consegue descrever.
Michael: É tipo eu, basicamente, não lembrando da minha vida inteira.
Otávio: É que você escolheu esse estilo de vida, né?
Tiago: O Michael fez uma lobotomia.
Michael: Não.
Carol: Só falando rapidinho que eu também não lembro da graduação direito por causa de depressão, mas enfim, nesse dia que eu bati era um Uber e, por sorte, o cara foi muito, muito gentil. Tipo assim, ele falou: “Fica tranquila, não sai daqui enquanto tu não te acalmar, é melhor tu não dirigir”, aí ele me deu o telefone dele pra eu ligar depois e foi isso. E o ruim era que os meus pais iam viajar no dia seguinte e eu ia ficar sozinha com o carro nesse tempo todo e tipo, eu não ia ter como consertar direito o carro, porque eles iam viajar e etc. E foi muito ruim, eu levei muito ralho. Eu acho que o acidente que talvez teria sido mais grave, só porque o instrutor da autoescola tinha aquele freio dele lá, né? Porque quase que eu bato no lado de um outro carro que tava vindo, e aí ele freou e ainda gritou comigo dizendo que eu, sei lá, não lembro. Eu acho que eu sou uma motorista muito ruim, porque às vezes é um segundo, sabe? Por isso que eu fico tão nervosa de dirigir, porque as coisas acontecem em um segundo, é tipo aquilo que o Tiago falou aqui. É muito fácil perder o controle da situação, porque acontece muita coisa ao mesmo tempo. Eu acho que esse acidente do dia que tava chovendo poderia ter sido muito pior, sabe? Se fosse um segundo a mais eu podia ter atropelado alguém ou podia ter desviado muito pra esquerda que tava vindo do outro lado, foi numa rodovia aí porque eles estavam em alta velocidade e, por isso, que, tipo, desde então, eu acho que eu dirijo duas vezes só, isso foi no começo desse ano. E tem a questão do isolamento também, que eu não tava saindo de casa, mas também eu tenho certeza que tem a ver com o fato de que eu fiquei meio traumatizada, sabe? Então se eu puder evitar dirigir, eu evito, se eu puder pegar um ônibus, eu pego, porque é muito menos estressante do que passar por isso de novo, sabe?
Thaís: Eu lembro a primeira vez que eu dei uma batidinha também na traseira do carro de uma moça, eu tava perto da minha faculdade, era uma entrada de um lado que eu tinha que passar por quatro faixas. Eu chegava do lado esquerdo e eu tinha que ir pro extremo do lado direito. E eram quatro faixas em uma distância muito curta. E o pessoal vinha numa velocidade muito alta, não dava espaço pra gente e tinha um semáforo ali na frente. E quando o semáforo fechava, eles todos grudavam, todos os motoristas grudavam um atrás do outro naquele esquema de como se um carro passando entre eles fosse fazer diferença na vida deles. E aí eu tava tentando olhar pra quem tava vindo atrás pra conseguir ir pra direita, dando seta e tudo mais, só que isso muitas vezes não importa pras pessoas. E eu não vi que a moça parou. E, no final, eu fiquei muito nervosa. Eu também comecei a chorar ali, falei: “Não, moça, eu vou pagar e tal, me dá seu contato” e dei pra ela o meu celular, mas eu acho que ela ficou com tanta pena de mim. Eu falei: “eu tô tentando chegar ali naquele portão, mas as pessoas não dão espaço, ninguém dá espaço, você não me deu espaço, cê passou na frente, por quê? Eu podia tá só naquela faixa ali do lado”. E aí, no final, ela nunca me ligou. Eu não fiz esse drama todo pra ela não cobrar, sabe? Foi porque é realmente uma coisa que me incomoda. Eu acho que pode se chamar até de egoísmo mesmo, nesse aspecto de você não perceber que tem uma pessoa tentando entrar ali, que você pode dar espaço pra uma, não precisa dar pra todo mundo, não é que você vai parar ali, deixar dez pessoas passarem na sua frente. Deixa uma, aí a próxima pessoa deixa a outra e por aí vai, é o que eu já ouvi ser chamado de efeito zíper. Tipo, vai um de um lado, depois vai o outro do outro lado pros dois lados irem fluindo ao invés de um lado ficar travado e, às vezes, comprometido nesse sentido. Às vezes a pessoa tá tão cansada de ficar ali esperando que ela vai tentar entrar em um momento indevido, vai ter mais dificuldade e aí pode causar um acidente. Um outro acidente que eu estive também teve um pedestre que passou correndo na frente em uma rotatória, mas tinha a faixa de pedestre ali, e aí eu fui parando e pra mim dava muito tempo do carro atrás de mim parar, ele tava bem longe, só que eu acho que ele tava conversando, sei lá, e no final ele bateu, ele nem discutiu sobre de quem era a culpa, ele falou que era dele mesmo e tal, só que ele não atendia o celular quando eu ligava pra ele pagar. Então pra mim a parte mais estressante foi que mesmo tendo o número dele, ele não atendia. Eu acabei só conseguindo que ele pagasse porque ele tava com o carro da empresa, era uma empresa de cimento e, no caso, eu fazia Engenharia Civil, então, eu tinha o telefone da empresa e eu liguei na empresa e falei: “olha, o cara tal de tal carro bateu no meu e não tá atendendo”. E aí, foram atrás do cara através disso. Então provavelmente ele teve outros problemas. Não era a minha intenção, ele podia só ter atendido o meu telefone, do jeito que uma pessoa honesta faria.
Otávio: Não era sua intenção, mas você amou o que aconteceu, né?
(Risos)
Thaís: Eu não sei o que aconteceu e não, na verdade não. Eu só acho que ele tinha que pagar o que era justo. Agora, se ele foi criticado por ter feito algo errado, eu acho que tá OK. parece correto.
Tiago: É, ele mereceu.
Thaís: (Risos) E aí teve um outro caso que não foi um acidente de trânsito, mas que foi uma situação com o carro que eu tava chegando pra fazer caminhada em um local relativamente estreito lá na faculdade e era bem cedo, ainda não tinha nascido o sol. E aí, um cara encapuzado de máscara entrou na frente assim da rua e eu não ia conseguir passar com o carro ali pra frente, e aí eu tive que tomar uma decisão muito rápida e essa é uma questão que eu acho que acontece bastante quando a gente tá num carro. Como a Carol falou, uma questão de um segundo, você em um segundo tem que tomar decisão e ela pode ser importante, pode mudar a sua vida. E aí, eu tinha claro pra mim que eu não ia parar o meu carro pra aquele cara, eu não sabia o que ele tinha, eu não sabia se ele ia atirar, então eu tinha duas opções, ou eu ia acelerar e passar por cima dele, ou ia acelerar e passar por cima do canteiro. Aí a primeira coisa que eu tentei fazer foi passar por cima do canteiro e deu certo e aí eu saí acelerando loucamente pra longe, mas foi um momento bem tenso em que foi bom eu estar com o carro ali nesse aspecto, porque provavelmente se eu estivesse a pé, ou ele não ia me interceptar, às vezes ele só tinha interesse em pessoas com carro, ou então eu não teria conseguido sair dali a tempo, porque eu não ia conseguir correr mais do que aquele cara.
Otávio: Eu me envolvi na vida em três acidentes. O primeiro, eu peguei o carro pra ir no supermercado e dirigi o carro muito bem e tal, levei o carro até o supermercado, cheio de estacionamento, só que na hora de sair, eu bati o carro. Eu fui tirando o carro e eu arranhei o carro do cara do lado. Deixeii um arranhado de sessenta centímetros de comprimento por uns dez centímetros de largura. E aí, eu fiquei desesperado, certo? Só que eu vi uma coisa: não tinha estragado o carro da minha mãe e não tinha câmeras. Aí, eu vazei de lá. E saí impune de um negócio desse.
Carol: Eita.
Otávio: Mas, como eu falei, foi antes de eu tirar minha carteira, então não vale.
Tiago: Então você tem que se entregar pra uma delegacia o mais rápido possível.
Otávio: Não, a história que eu acabei de falar é inventada.
(Risos)
Otávio: Então, prosseguindo, o segundo que aconteceu. Esse segundo, eu já tinha carteira, mas eu não errei, quem errou foi meu irmão, a motoqueira e a cidade, por quê? Porque eu tava num cruzamento muito ruim, muito movimentado, sem sinalização nenhuma, eu avancei porque o meu irmão me encheu o saco pra avançar, eu avancei, eu não tava errado em avançar e a mulher veio por trás de um carro e bateu em mim, caiu e tal. Mas deu tudo certo, ela pediu desculpa, meu irmão pediu desculpa, só a cidade que não pediu desculpa. E a outra vez que eu bati o carro meu irmão tava no carro também me enchendo o saco, aí eu sem querer dei ré e bati num Ecosport. Mas, felizmente nenhum dos casos estragou, a gente pode sair de lá sem nenhum outro problema.
Thaís: Eu tava lembrando que eu tive namorado na época da faculdade, logo que eu comecei a dirigir, eu acho que eu já estava com ele quando eu tirei carteira e ele era muito desse tipo de ficar palpitando, que nem o Otávio falou do irmão dele, de ficar palpitando no que eu devia fazer: “ah, vai logo, vira pra lá, não sei o que”. Ele falava direita e esquerda errado, também, ou ele falava em cima da hora, tipo eu tô na última faixa da direita, ele falou “vira à esquerda” e tem tipo três faixas entre eu e a esquerda. Eu falo: “cara, não dá pra eu ir ali, eu não vou jogar na frente de todo mundo pra virar”. E ele ficava irritado comigo, porque eu não fazia as coisas, sabe? E ele não sabia dirigir direito.
Tiago: Mas gente, quem tava dirigindo era você, ele tinha que ficar quieto.
Thaís: Pois é, eu falei isso pra ele algumas vezes (risos_. E e aí, uma vez eu tava tentando manobrar para colocar em um lugar meio chato ali em casa, ele também palpitando. E aí, eu falei: “cara, na hora de tirar, então, quem vai tirar o carro vai ser você, porque senão você vai ficar me enchendo o saco”. Ele falou: “tá bom, eu tiro”. Ai, eu dei o carro pra ele e ele bateu.
(Risos)
Thaís: Que ódio! Se fosse dele, se ele tivesse pago ainda o conserto, beleza, eu só ia achar engraçado e trollar ele, mas quem teve que pagar fui eu no final, né? (risos)
Tiago: Que homem lixo. Eu quero fechar esse episódio chave de ouro contando algumas histórias e eu vou tentar ser o mais rápido possível. Tem um vídeo lá no nosso canal do Introvertendo de uma vez que nós fizemos uma sessão de fotos, tava eu, Otávio, Marcos, Luca e o fotógrafo junto com a gente, então, pras pessoas verem como é que eu dirijo, tá lá o vídeo com os bastidores. A vez que eu bati teve um pouco a ver com o Marcos. Eu dei carona pra ele do campus da universidade até a casa dele, deixei ele em casa e aí na volta tava muito cansado, eu já tinha dirigido, sei lá, uns dez a quinze quilômetros dentro da cidade, tava esgotado, entrei dentro de uma rua assim, sem olhar direito e dois motociclistas bateram e se esfolaram inteiramente. E eles já desceram da moto machucados e falando: “você é louco?” e eu todo tonto ali de cansaço, eles achando que eu ia fugir, e eu tava lá na minha. Eles falaram: “nós vamos chamar a polícia”. E eu não tinha carteira definitiva ainda, pouco tempo, na verdade, foi bastante complicado. Eu achei que eu ia perder a minha carteira provisória se eles pistolassem muito, mas aí a minha mãe chamou um ex-namorado da minha tia e ele ajudou bastante. Quando eu cheguei em casa, minha mãe viu que eu não estava bem e só falou: “vai deitar e dormir”. E aí, dois dias depois, eu fui diagnosticado com pneumonia. A segunda vez eu não lembro quem estava comigo, se era o Luca, ou se era o Marcos, realmente eu não lembro, mas foi alguém que bateu assim de leve na parte de trás do carro, nem deu uma amassada, acho que foi o Luca que tava. Aí o Luca desceu, deu uma olhada e falou que não deu nada não, e fomos embora. Então, foram coisas bem, bem rápidas, assim, no geral. Mas eu já bati o carro em estacionamento, o carro do meu pai era novinho, sabe? Eu destruí o carro do meu pai. Quer dizer, o carro tá bonito ainda até hoje, mas enfim, todas os batidas, todos os acidentes que aconteceram até hoje tiveram a ver comigo, assim, de uma forma geral. E sem falar das vezes também que eu sofri acidente por tabela junto com outras pessoas. O meu amigo Paulo, que apareceu no episódio 69, num dia que a gente tava na rua, ele tava ouvindo Raimundos, desconcentrado, e bateu atrás de uma Land Rover e eu saí machucado.
Thaís: Acho que fica de lição: não fica incomodando a pessoa que está dirigindo, já é difícil dirigir, já é difícil dirigir sem ninguém incomodando, aí quando a gente ainda tem que ouvir outra pessoa falando alguma coisa, perguntando ou outra pessoa opinando sobre o que a gente devia fazer quando a gente não pergunta, isso torna ainda mais complicado e mais suscetível a causar um acidente no final. É uma coisa bem chata mesmo. Acho que se você já dirigiu, você sabe disso. Então, não faça não faça isso com os seus colegas. Não dirija cansado. Então, são várias coisas que você pode tentar fazer por si mesmo para tornar a experiência de dirigir menos pior, mesmo que isso não te faça gostar dela. Mas te traz um pouquinho mais segurança.