Todo 18 de junho é Dia do Orgulho Autista, uma data criada por autistas para celebrar a condição. No quarto e último episódio da série Neurodiversidade, Tiago Abreu conta a história da data, os motivos que levaram autistas celebrarem a identidade autista e suas consequências. Arte: Vin Lima.
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Transcrição do episódio
Tiago: Este é o último episódio da série sobre Neurodiversidade, parceria entre O Mundo Autista e o Introvertendo. Se você não ouviu os anteriores, sugiro que volte lá para entender toda a discussão feita até aqui!
O Dia do Orgulho Autista é celebrado em 18 de junho em diversos países ao redor do mundo, incluindo o Brasil. A data foi criada em 2004 pela organização britânica Aspies for Freedom, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a condição e promover a aceitação e inclusão das pessoas no espectro autista na sociedade.
O tema do primeiro evento no Brasil, em 2005, foi “aceitação, não cura”. A ideia é que o autismo não seja visto como uma doença, mas como uma diferença, de acordo com o modelo social e dos direitos humanos da deficiência. O objetivo é criar uma cultura de identidade autista. Por isso, a data busca valorizar as contribuições que os autistas podem trazer para a sociedade, além de respeitar suas formas únicas de pensar, sentir e se comunicar.
Apesar disso, a celebração do Dia do Orgulho Autista não é consenso na comunidade do autismo. Alguns familiares de autistas até costumam dizer que sentem orgulho de seus filhos, mas não do autismo. Eles argumentam que a condição causa dificuldades significativas na vida das pessoas, e que a ideia de orgulho pode minimizar os desafios enfrentados pelos autistas e suas famílias. Há também quem critique a visão de que a neurodiversidade é sempre positiva, argumentando que há situações em que a diferença pode ser prejudicial, como em casos de autistas com deficiência intelectual ou comportamentos que representam riscos para si ou para outros.
Independentemente das opiniões divergentes, o Dia do Orgulho Autista tem sido uma porta de entrada para a sociedade conhecer a perspectiva pró-neurodiversidade defendida por muitos autistas. O Dia do Orgulho Autista também se opõe à ideia de que a pessoa é separável do autismo, e que há uma pessoa “normal” presa “dentro” do autismo. A data tem sido utilizada para promover eventos de conscientização, como palestras, debates e campanhas de sensibilização, além de destacar a importância da inclusão e acessibilidade para os autistas em diversas áreas, como na educação, no mercado de trabalho e na cultura.
No Brasil, o Dia do Orgulho Autista tem sido celebrado em diversas cidades, com atividades organizadas por entidades e grupos de autistas e seus familiares. Além disso, a data tem sido reconhecida por alguns governos locais, que promovem iniciativas voltadas à conscientização e inclusão dos autistas. O símbolo deste dia é o arco-íris, que representa a diversidade com variações infinitas e amplas possibilidades.
