Introvertendo 05 – Vida Universitária

Neste episódio, nossos podcasters contam tudo o que você precisa saber sobre a vida universitária. Entre bebidas, provas, reprovações, o abandono dos professores e o amor pela metodologia científica, são contadas histórias de situações curiosas vividas no meio acadêmico, os mascotes e lugares de alimentação, entre outros detalhes curiosos entre outros detalhes curiosos sobre os cursos de Medicina, Jornalismo e Geologia.

E você saberá, também, quem é este cachorro destacado na imagem do nosso post, em foto da autoria de Tiago Abreu.

Participam desse episódio Michael Ulian, Otavio Crosara e Tiago Abreu. O tema surgiu por uma ideia de Otavio.

Links e informações úteis

Para saber quais as músicas que aparecem em episódios do Introvertendo, acesse nossa playlist no Spotify. Siga o nosso perfil e acompanhe as nossas playlists com episódios de podcasts.

Para nos enviar sugestões de temas, críticas, mensagens em geral, utilize o email ouvinte@introvertendo.com.br, ou a seção de comentários deste post.

Caso você utilize o iTunes, assine nosso podcast lá por meio deste link.

*

Transcrição do episódio

Tiago: Olá pra você que ouve o podcast Introvertendo. Como vocês sabem, eu sou o Tiago Abreu e esse é um podcast para neurodiversos, neurotípicos, para animais e pra quem ouvir, pra inteligências artificiais que estejam ouvindo a gente também.

Michael: Menos para tardígrados!

Otávio: Hoje nós falaremos sobre a vida de universitário, ou seja, se você é universitário e está ouvindo, você vai chorar com a gente.

Tiago: Aliás, universitário pode não ser corno, mas ele sofre tanto quanto, né?

Otávio: Não, o universitário não é corno, ele é punheteiro, sacou? Eu sei porque, porque eu sou universitário e eu sou um punheteiro total.

Michael: A menos que você faça um curso como geologia, que é o símbolo do curso é cerveja.

Tiago: E o nosso sofrimento é tão grande que o Otávio nem terminou de comer pra gravar esse episódio.

Otávio: Não, eu nem almocei, eu não almocei, o que que eu fiz? Eu acordei, porque minha aula foi cancelada hoje, aí eu falei: “ótimo, tem umas quatro horas antes do podcast”. Eu fui na biblioteca e chumbei no sono, véi, dormi pra caralho. E não deu tempo nem de almoçar, o que que eu fiz? Comprei dois discos, pra quem não conhece, é um bolinho de carne empanado e duas pipocas de leite Ninho. Pra cê ver o quão boa é a vida universitária, p quão constante é a vida de universitário.

Tiago: Eu pensei que quando falou que você tinha comprado dois discos, você tinha comprado tipo dois álbuns MP3 do Jorge & Mateus, sabe?

Otávio: Não, você não pensou isso, você pensou que era do Victor & Léo.

Michael: Eu tava 20, 32 horas sem comer.

Tiago: Mas aí é porque você também é um bicho de sobrevivência, né? Você fica se testando, quanto tempo você fica sem comer.

Michael: É, porque eu comi no café da manhã, eu fiquei na faculdade, eu tava sem dinheiro, eu fui pra casa e eu simplesmente dormi, antes de conseguir tirar minha bolsa das costas e vim comer de novo.

Tiago: E você estava com fome? Aqui na universidade, você não gastou nada, porque não tinha dinheiro, já tava com fome?

Michael: Não porque eu ia…

Tiago: Eu ia dizer que a sua vida, além de vida de universitário, é vida de bolsista que não tem dinheiro suficiente.

Michael: Sim. Eu só não passo fome essas coisas, porque eu sou horrível pra perceber o que eu tô sentindo. Então, assim, eu simplesmente faço um, dois dias sem comer e não que eu passei um, dois dias sem comer.

Bloco geral de discussão

Otávio: Vida de universitário. E é uma aventura que nenhum de nós queria. Falaram que a universidade era de um jeito e era totalmente diferente. Deus do céu, véio. É o início, realmente, o início da vida adulta.

Michael: Se você esperava que a faculdade ia ser que nem a American Pie, você tá meio certo.

Otávio: Assim, os professores não te ouvem, os professores dão matéria que não caem na prova. Os professores não estão nem aí pra vocês. É como a sociedade, não está nem aí pra você.

Michael: Se você for bonitinho, você vai ser aliciado. Então seja feio, é uma recomendação pra sobreviver na faculdade.

Tiago: Mas você disse que a universidade não correspondia às suas expectativas. Quais eram as suas expectativas com a universidade?

Otávio: Eu esperava um local onde as pessoas discutissem as coisas de forma lógica, que elas tivessem dispostas a mudar de opinião, caso elas percebessem que elas estão erradas. Mas elas nem percebem que estão erradas. E mesmo que perceba, elas não tão nem aí, elas não mudam de opinião. A gente vem pra cá, no recinto que é no recinto que fala que é que dizem ser o recinto dos intelectuais. E eu só encontro gente recitando Marx como se fosse a Bíblia. E eu não aguento isso, sabe?

Michael: Podia ser pior. Você podia encontrar gente que é exatamente assim, no seu campo de pesquisa.

Otávio: Tem gente que é assim que no meu campo de pesquisa. Ou, cês acham que a medicina é só playboy? Não, um quarto é pra playboy, um quarto é comunista e o outro, dois quartos, é o é o centrão. Os isentões.

Tiago: Os isentões são mais nojentos do que quem toma partido.

Otávio: Eu sou isentões. Eu sou isentão, seu nojento.

Tiago: Isentão o caralho que você é. Você é de direita.

Otávio: Como eu posso ser de direita? Eu sou ateu.

Tiago: Mas nem todos de direita são conservadores.

Otávio: Eu apoio o Sistema Único de Saúde.

Tiago: Você é direita liberal.

Michael: Você é discípulo do Paulo Kogos.

Otávio: Eu sou Sincrético. Eu sou PMDBista, que é o único partido que em teoria seria sincrético neste país. Não, não sou PMDBista, cacete.

Michael: Otávio, então, a gente considera, com base na sua experiência, que metade das pessoas que fazem medicina, assistem Charges.com?

Otávio: Cara, sinceramente? O pessoal da medicina só assiste o Instagram e o Facebook. Os stories.

Tiago: Uma pergunta, os estudantes de medicina eles fazem igual os vestibulandos de medicina, que dizem que amam medicina e almoçam assistindo cirurgia?

Michael: Eles trabalham na empresa Medicina?

Otávio: Bem, se você é vestibulando de medicina e almoça assistindo cirurgia no YouTube, você tem um problema, velho. Tá bom?

Michael: Olha, nem eu que sou fã de gore faço isso.

Otávio: Qual é, véio? Eu tô comendo agora, pô. Não, mano, a gente gosta de medicina, mas tudo tem seu momento.

Tiago: A minha experiência pessoal com a universidade não foi muito de desencanto, porque, assim, eu venho de um ensino federal, no ensino médio, que são os chamados IF. Quem veio de IF, vai se identificar agora, porque estudante de IF aprende o clima da universidade antes de entrar na universidade. Então, essa crise que a galera que entra na universidade vive, eu vivi aos 14 anos. O que, por um lado, é péssimo, porque você vem de um contexto do seu amadurecimento ser forçado. Então, quando eu entrei na universidade, eu estava tranquilo.

Otávio: Eu sinto sua dor, você não merecia isso tão novo, o que foi que fizeram com você Tiago? É por isso que você é assim? (risos)

Tiago: É por isso que eu sobrevivi ao ensino superior vivendo.

Otávio: Ele é o nosso sobrevivente.

Michael: Bear Grylls Goiânia Edition.

Tiago: Eu achava engraçado que os meus colegas de turma, quando eles entraram, falavam: “nossa, aqui é tão diferente, aqui você pode fazer o que você quiser, é meio desconfortável” e eu ficava observando pensando assim: “nossa, isso eu não sinto mais”. E o pessoal tá no final do curso, final da graduação e até hoje acham que podem discutir com o professor qualquer coisa com relação a universidade, sabe? Acham que tem algum poder de decisão. A universidade existe por causa dos alunos. Se não fosse pelos alunos, não existiria, mas vamos aceitar a realidade. O aluno é a parte mais fraca da relação.

Otávio: E, realmente, a universidade existe por causa dos alunos, só que a universidade é como se fosse uma imensa e gigante clínica veterinária e os alunos são cada um um você dá. Você liga pro que o hamster fala?

Michael: E diferente de abelhas que podem se juntar todas elas num indivíduo muito maior e sacudir a raba para aquecer o indivíduo até matar ele de superaquecimento, hamsters não podem fazer isso.

Tiago: O máximo que um hamster pode fazer é torcer para que o pesquisador não pegue e passe a faca no seu coração.

Michael: Na verdade, o ramo que o hamster pode fazer é comer seus filhotes. Por favor, não coma bebês.

Otávio: Mas eles vivem passando a faca na gente. Vivem acabando com as nossas esperanças. Todo pesquisador, todo professor faz isso. Já percebeu isso? O quão fácil é o professor pisar no coração da gente?

Michael: Cara, ironicamente eu tô assim, primeiro de tudo eu não passei por essa fase de estranheza, porque eu simplesmente tenho level de tá pouco me fodendo, que ultrapassa oito mil. Eu, literalmente, tô pouco me fodendo, então, foi extremamente fácil me adaptar ao ambiente acadêmico e no meu curso de geologia especificamente, a gente teve a sorte de ter uma grande maioria de professores extraordinários. Eu, pessoalmente, não tive problemas com professores ainda. O meu curso como um todo, teve pouquíssimos professores paus no cu.

Otávio: Ah, isso é muito bom. Os meus professores são ótimos médicos, mas eles não são bons professores. Tô brincando, alguns, a maioria são, alguns que criam a fama de maus professores. Eu sou muito afortunado de ter os professores que eu tenho na minha faculdade. Eles são ótimos, sabe? Mas o local onde a gente vai aprender com eles não é na sala de aula, é no consultório, é na sala de cirurgia, é na prática, entendeu? Eu acho que todo aprendizado é na prática, sabe? Não, nem todo aprendizado é na prática.

Michael: Infelizmente, cálculo você não vai aprender socando livros no meio do seu cu.

Otávio: É verdade, isso é verdade. É, eu tô me perdendo aqui, tô falando besteira, gente.

Michael: Não, cara. A gente tá gostando da sua filosofia deboísta.

Tiago: Os meus professores no geral são muito bons também, e eu percebo, muitas vezes, que os meus colegas que reclamam dos professores são exatamente os alunos que puxam o saco dos professores para atrair a atenção deles. Então, eu acho que uma coisa que um péssimo aluno pode fazer num ambiente acadêmico, é puxar o saco de professores. Tem professores que gostam disso, mas pra você se destacar, você seja um bom aluno, não puxa o saco de ninguém, que as pessoas chegam a você.

Michael: Uma dica absurda, se você quer puxar o saco, apalpar o saco do seu professor, faz isso fora da aula, você pode fazer no carro dele, na sala dele, com tempo, com calma, não tente puxar o saco dele através da força, usando apenas a força pra fazer sair o…

Otávio: Massageie o saco dele.

Michael: Bote sua boca no saco dele. Fora da sala!

Otávio: Chupe aquelas bolas peludas…

Michael: Ache o Cleiton (risos).

Tiago: Aliás, vamos considerar aqui, que não é gay, né? Esse negócio assim, você pode brincar um pouquinho.

Otávio: Chupar bolas não é gay, véio. O cara tem que ser muito macho pra chupar as bolas de outro macho.

Michael: Cara, só é homossexualismo se tem contato dos dois órgãos genitais.

Otávio: E se você falar “no homo” no final da relação, tá de boa.

Tiago: É, e, principalmente, se você for um goy, você pode abraçar o movimento. Sobre o aspecto que o Otávio falou e que eu discordo sobre a questão da prática, existem alguns cursos de graduação que são assim, basicamente, técnicos. A medicina, a engenharia, você pode ser filho de uma mãe como ser humano, mas se você for um bom cirurgião, um bom engenheiro, as pessoas vão ignorar aquilo como ser humano e vão trabalhar. Agora, por exemplo, a minha área como jornalismo, os alunos do jornalismo não sabem muito bem a separação entre saber e fazer. Eles encaram muitas vezes o jornalismo como um curso muito técnico. Mas aí, eu te pergunto uma coisa, de que adianta o jornalista ter um texto bom, se ele eticamente é um filho de uma mãe? Porque o jornalismo é uma profissão ética. Se você não for um sujeito ético, se você não tiver uma observação de mundo coerente e você ser humano que tem essa sensibilidade, não adianta de nada o seu texto bom e tudo mais. Então, o jornalismo é uma profissão, é um curso que, na verdade, demanda uma teoria para você gerar uma prática. Então, eu acho que a medicina já não encaixa tanto nesse arquétipo mas, cara, prática sem teoria não funciona. E a maioria das galera que entra na universidade é pra, simplesmente, trabalhar e ir pro mercado de trabalho. Não tenho nada contra, mas as pessoas parece que elas veem a universidade só em função disso e têm um ódio ao ambiente acadêmico.

Otávio: Você falou tudo, Tiago, sabe? Pessoal entra aqui pra trabalhar pra virar um técnico e trabalhar. Universidade não é local disso, universidade é um local de erudição, é local pra você exercer o método científico. E se você está exercendo o método científico, você experimenta, você erra e você aprende com o erro. Qual ser humano que eu conheço faz isso? Deus do céu. Gente, qual é a dificuldade de aprender com os erros? Por favor.

Tiago: Se a gente pegar os saberes da humanidade, se a gente pegar de uma forma meio positivista, os saberes, senso comum, saber científico, saber filosófico e saber religioso, por mais quem sabe que o saber do senso comum é o que é é o que erra mais, muitas das vezes, junto com o saber religioso, a nossa vida é guiada na maioria das vezes pelo saber do senso comum. Então, as pessoas não têm esse treinamento para se adaptar ao saber científico, que embora erre, erre menos.

Otávio: Ele não erra menos, ele erra mais. E o bom é que ele não é a mesma coisa, saber local erra a mesma coisa.

Michael: Ao menos que esse erro seja clonar dinossauros e fazer um parque com eles.

Otávio: Não, isso não é erro, isso é um objetivo de vida, tá bom? Aquele apocalipse que o que Jurassic Park nos falou, aquilo é mentira, nós precisamos de dinossauro, eu preciso de um parque de dinossauros.

Michael: Eu vou fazer, mas eu prefiro soltar isso na natureza. A gente não precisa de coelhos, a gente precisa de dinossauros.

Otávio: Eu só preciso de um cachorro, porque eu amo os dogs. Eu amo, eu amo dogs. Sabe? Eles olham pra mim com aquela cara tristinha. Aquele olhar carregado de tristeza, toda tristeza do mundo nos olhos daquele cachorro. E eles mexem as sobrancelhas.

Michael: (Risos)

Otávio: Oh, please, daddy! One more trick!

Michael: (Risos) Meu Deus, cara. Vocês acabaram de ver o Otávio tendo um orgasmo aqui pensando em cachorros.

Otávio: Eu não fiz isso, hein? Eu nego, eu nego, eu nego, não fui eu que tive um orgasmo pensando em dinossauros como você acabou de fazer também. Ó, tá bom?

Michael: Bem, pelo menos eu não nego.

Otávio: Eu não sei qual é pior.

Michael: (Risos)

Tiago: Não dá pra falar de universidade sem falar de comida, sem falar de restaurante universitário. Vamos…

Michael: Por favor, se você vai no restaurante universitário e é responsável por encher ele, eu te odeio. E um dia eu vou chegar na sua fila com um lança-chamas e você vai desejar que aquela fila nunca tivesse não tivesse naquele dia.

Otávio: Ele está simplesmente falando que não gosta de fila, porque a comida é ruim, mas a fome não julga, entendeu?

Michael: O pior é que a comida aqui é relativamente boa.

Otávio: Ah eu também acho, eu adoro comer daqui. Eu inclusive adoro quando tem aquele repolho com passas. É a minha salada favorita. Eu encho a bandeja.

Michael: Mano, teve um dia que eu vim aqui, uma quinta-feira e tipo, tava sendo carne de porco, e eles pegaram a costela de um leitão pequeno, tiraram aquele pedaço lindo de bife de peito e cada bife é quase quatrocentas gramas.

Otávio: Já tô ficando com fome.

Michael: Isso é quase toda carne que eu como em uma semana em um dia. E ao contrário do que disseram, eu não achei o peixe da UFG ruim.

Otávio: Eu gosto muito do RU daqui, mas eu sinto falta demais do RU, da USP de São Carlos, que era coma a vontade por R$1,90, até a carne era self service, a batata frita também, a única coisa que era ruim era o suco, que aquela era água com corante.

Michael: Não, mas é engraçado que aqui, apesar de suco ser bom, mesmo quando diz o que é o suco, você não sabe o que é o suco. Anteontem, quando eu vim comer aqui a noite, os outros tinham gosto de alguma coisa perto de laranja, só que mais doce, menos azeda e com cor de caqui estragado, cor de terra mesmo.

Otávio: É por isso que eu só bebo água.

Michael: Ah, eu quero câncer, então a minha vida é dedicada aos refrigerantes.

Tiago: Você falou sobre saudades de RU e eu lembrei da experiência que eu tive no no RU da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, que lá, na época que eu comi o RU lá era muito mais barato que aqui era R$2,30, era self-service, o ambiente extremamente agradável, tinha até TV. E eu também quero falar da minha pior experiência de RU que foi o da UnB, que é um lugar extremamente desconfortável, caro e, enfim, eu nunca mais quero retornar àquele covil.

Otávio: É, já ouvi falar que o da UNB é um dos piores do país. É assim, é tenebroso.

Michael:Um dos melhores cursos de biologia do país é de lá e…

Otávio: Uma coisa não exclui a outra.

Michael: Não, mas é isso, engraçado, né? Tem uns cursos de alta qualidade lá e uma estrutura de bosta.

Otávio: Aqui também o teto da medicina está quase caindo. Estou brincando, acabaram de reformar depois de 40 anos.

Michael: Cara, o nosso laboratório de paleontologia, originalmente, era uma sala de um metro por um metro.

Otávio: Sério? Uau!

Michael: Literalmente porque teve que pegar uma sala abandonada da UEG e transformar a gente com dinheiro no bolso num laboratório.

Otávio: Que coisa.

Michael: Mas sim, foi divertido pra caralho fazer isso. A gente resolveu te ensinar uma coisa muito importante sobre a faculdade, se prepare pra ver uso de maconha e sexo em todo canto que você for.

Otávio: Verdade, gente.

Michael: De acordo com o maior filósofo da era contemporânea, a gente poderia ficar o ambiente como universitário como só sobrou apenas duas religiões: maconha e cu. Caralho de Orvalho.

Otávio: Uau. Mas é assim, pra quem não se conhece a UFG, nós temos o campus universitário, que é um campus que fica no centro da cidade e temos o Samambaia nos confins do universo conhecido.

Michael: E a gente tem o campus do assalto que fica em Aparecida.

Otávio: Exato. O campus Samambaia, ele tem muitas áreas verdes, muita natureza. E o que é mais natural do que comer o cu de outra pessoa, né não?

Michael: E muitos banheiros.

Otávio: Exatamente, cagar, mijar e sexo, não existe nada mais natural.

Tiago: Inclusive, no campus dois da UFG, tem uma matinha que é uma floresta e esse lugar tá fechado, inclusive, por causa de coisas estranhas que acontecem lá.

Michael: E não estamos falando do ET de Varginha, estou falando do ET de Vagina mesmo (risos). Que bosta de piada!

Tiago: Foi muito horrível.

Otávio: Horrível!

Tiago: Quem entra lá dentro, muitas vezes, conhece um ambiente bastante sugestivo, que é chamado de pau do amor, que é um tronco de árvore gigante imenso que tá cortado ao meio e que ele tá deitado e que é o local onde pessoas tem relações sexuais. Outros lugares, já que a gente tá falando de sexo, que eu conheço, assim, de sexo dentro da universidade é, sexo dentro do carro, em estacionamentos, que eu conheço pessoas que fizeram isso.

Otávio: Eu transei no banheiro de preferencial. Na verdade, eu não transei, eu só lambi uma teta, porque a mulher, a faxineira chegou lá e falou: “não pode usar esse banheiro, não”.

Tiago: Você tava no banheiro feminino ou ela tava no banheiro masculino?

Otávio: Qual que é menos pior?

Tiago: Tanto faz.

Otávio: Yes.

Tiago: Então, aí você tem sexo no pau do amor, na floresta, você tem o o sexo dentro de carros, nos estacionamentos, porque são muito estacionamentos na universidade, você tem o sexo no meio do mato, que fica depois da reitoria, que é um lugar onde só tem bois e coisas do tipo e você tem o sexo mais tradicional da universidade que é o sexo gay em banheiros masculinos. Tem um lugar que fica abaixo da biblioteca do do Campus Samambaia, que é o campus da região norte, que o banheiro foi trancado e foi impedido a entrada porque os homens da cidade inteira estavam fazendo pontos e fazendo banheirão nos banheiros.

Michael: Existe só um lugar no campus Aparecida em que é possível trepar, que é o laboratório de paleontologia e geologia, porém como eu fico lá 24 horas por dia, sete dias por semana, ninguém vai transar sobre a minha ausência. E isso vai acabar também porque vão pôr uma câmera lá, como todo o resto do campus e lá vai ficar sem lugar pra trepar mesmo.

Otávio: Você é um canalha, sabia disso? As pessoas, quando tiver a câmera, as pessoas vão colocar um saco nas próprias cabeças, ir lá e atender o chamado da natureza. Entendeu?

Tiago: É, uma coisa muito interessante, também, sobre sexo, assim, na UFG, que se você pesquisar do Google, você vai achar imensos blogs, principalmente categoria gay, falando sobre os lugares. Então, você tem banheiros de bibliotecas, você tem banheiros de centros de aulas, inclusive o Marcos, que faz parte aqui da nossa equipe, uma vez ele foi constrangido, que ele estava no meio da aula, ele foi no banheiro do Centro de Aulas A e lá eh ele foi abordado por um cara que queria ir dar uma agarrada nele e ele saiu de lá correndo com medo do cara. Eu também passei já por uma situação desconfortável aqui no campus 1, ali perto ali da biblioteca, que eu fui entrar no banheiro, tava muito apertado e quando eu tava prestes a entrar no banheiro eu comecei a ouvir gemidos de homens e eu já dei meia volta e fui em porque, né? E e além de tudo, por fim, tem um caso de um casal heterossexual que transou no pátio da universidade, onde todo mundo passava e eles estavam lá se penetrando à luz do dia.

Michael: A gente tem duas perguntas pra vocês hoje, primeiro, na sua faculdade quais são os principais lugares pra dar uma rapidinha? Segundo, faria sexo, com uma ave do gênero larus?

Tiago: Universidades sem animais não são universidades também, a UFG é conhecida pelos seus macacos que entram dentro dos carros, que mexem nos volantes, que roubam comida, eu tenho um amigo que inclusive vai participar de algum futuro episódio, isso eu tenho certeza, que ele estava comigo no DCE, que é um espaço ali dentro da UFG, que tem jogos, que tem bebidas e coisas, ele tava comendo um pedaço de bolo, ele virou as costas, o macaco entrou dentro do DCE, roubou o bolo e saiu fugindo. De todas as universidades que eu já visitei, a que eu achei mais legal, assim, foi a UFMS de novo, que tem famílias de capivaras morando e você vê as capivarinhas andando os pais e é um negócio super legal assim.

Otávio: A Paraíba tem muitos gatos, sabe? É uma coisa maravilhosa. Pessoal da veterinária de lá tá de parabéns, porque eu nunca vi um paraíso pra quem gosta de gatos tão bom quanto aquele. Porque os gatos são quase alunos, entendeu? E o melhor, eles são melhores que os alunos, porque eles não atrapalham as aulas, eles prestam atenção.

Michael: Aliás, reza a lenda que os macacos da UFG são os alunos que se perderam lá e 

Otávio: Regressaram evolutivamente.

Michael: Ou seja, das vezes nem regressaram, eles simplesmente ficaram tanto tempo lá que eles já envelheceram os pelos tomaram conta, eles ficaram pequenos, que é o que acontece que se envelhece. Isso explica o porquê os espíritos dos macacos são o mesmo dos estudantes.

Tiago: Tem um cachorro na UFG, ele tem vários nomes, assim, ele já vi na internet que cada um dá um nome, mas o pessoal lá do meu curso chama ele de Luan Santana, porque ele tem estrabismo, e aí o o Luan Santana ele aparece lá direto, às vezes pede comida e teve uma vez que a gente tava numa aula super morta, ele entrou dentro da sala de aula, olhou assim pra professora, deitou e ficou lá, deitado, morgadão durante a aula, só curtindo o terror.

Michael: Se eu fosse ser um cachorro e me dessem o nome de Luan Santana, eu já teria cometido suicídio. Não porque eu nunca tivesse tentado, mas eu teria tido sucesso.

Tiago: Ou então, você faria uma versão canina de “Acordando o Prédio”.

Michael: Por favor, eu espero que esse celular tenha bastante materiais tóxicos pra quando eu quebrar ele na sua cara, ele te matar.

Otávio: Uau, como você pode ver, estamos todos adorando a confecção deste episódio. Tá todo mundo assim, muito animado, muito amor.

Michael: Estamos entregando amor um ao outro.

Otávio: Exato, já estão quase chupando o pau um do outro. O ambiente é que não tá nem um pouco hostil. Agora falemos o que?

Michael: Foi por coisas assim que encontraram Gandhi chupando o próprio pau morto.

Tiago: Aliás, boatos de que a Cleo Pires também foi encontrada morta chupando o próprio pau.

Otávio: (Risos) Sacanagem, velho. Você, qual curso você faz? Você tem um mercado de trabalho promissor, você já tem uma vaga de emprego, ou como quase todos nós…

Michael: Qual é o sonho que você espera que você vai descobrir mais tarde, que vai ser sua decepção.

Otávio: Exatamente, a gente só precisa de uma resposta pra qualquer uma das duas, mas a gente sabe qual vocês não vão responder.

Site amigo do surdo - Acessível em Libras - Hand Talk